ESCÓPIA (Reuters) - A polícia da Macedônia disse neste sábado que vai acusar quatro pessoas por tentativa de derrubar o governo, incluindo o líder do principal partido de oposição, o Social Democrata.
A polícia disse que a trama incluía tentar reunir informações contra o governo e chantagear o primeiro-ministro Nikola Gruevski para que ele dissolvesse o gabinete e convocasse uma eleição antecipada.
Um alto funcionário do governo que não quis ser identificado disse à Reuters que um dos suspeitos era Zoran Zaev, líder do Social Democrata, que se mostrou provocador em comentários no site macedônio, A1on.
"Essa é uma clara tentativa por parte do governo de impedir a divulgação de seus crimes e de todo o mal que este governo fez", Zaev teria dito ao A1on.
A perspectiva da sua prisão ameaça aprofundar ainda mais as divisões políticas na antiga república iugoslava, com o partido Social Democrata boicotando o parlamento durante quase um ano, desde a suposta descoberta de fraude na última eleição parlamentar.
Kotevski não identificou os suspeitos, mas disse que entre eles havia um ex-chefe de inteligência, sua esposa e um líder de um partido político da cidade de Strumica, descrição que se encaixa perfeitamente no perfil de Zaev.
Kotevski disse que três dos suspeitos estavam sob custódia e que a polícia vai apresentar a denúncia.
Zaev não havia sido preso e não pode ser imediatamente contatado para comentar o assunto.
A Macedônia, um país balcânico, sem litoral e com dois milhões de pessoas, quer ingressar na Otan e na União Europeia, mas o progresso tem sido retardado por uma disputa com a vizinha Grécia em relação ao nome da Macedônia, que ela divide com uma província no norte da Grécia.
(Reportagem de Kole Casule)