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Ibovespa testa mínima em três meses em meio a balanços e sem anúncio fiscal; Vale cai 3,5%

Publicado 08.11.2024, 10:23
Atualizado 08.11.2024, 13:37
© Reuters. Tela de cotações da B3 em São Paulon05/08/2024nREUTERS/Carla Carniel
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa renovou mínima em três meses nesta sexta-feira, trabalhando abaixo dos 128 mil pontos, em meio a uma enxurrada de resultados corporativos e na ausência de novidades sobre um pacote de corte de gastos prometido pelo governo.

A última sessão da semana ainda mostrou que o IPCA acelerou mais do que o esperado em outubro, avançando 4,7% em 12 meses, acima do teto da meta de inflação para este ano, definida em 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Por volta de 11h40, o Ibovespa recuava 1,41%, para 127.850,71 pontos, tendo marcado 127.518,7 pontos na mínima até o momento, menor pontuação intradia desde 8 de agosto (127.515,17 pontos).

O volume financeiro no pregão somava 8,37 bilhões de reais.

De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa ainda está na região da resistência inicial de 130.000 pontos e para continuar o movimento de recuperação precisa superar os 131.319 pontos.

"Em caso de queda, a mínima da semana passada, em 128.120 pontos, será a referência. Se perdida, dará continuidade na tendência de baixa em direção aos suportes em 124.500 e 123.000 pontos", afirmaram no relatório Diário do Grafista.

No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos mostravam algum alívio, enquanto as bolsas norte-americanas abriram com sinal positivo.

O governo da China também deu início a um suporte fiscal de 1,4 trilhão de dólares com trocas de dívidas de governos locais, mas não conseguiu empolgar agentes financeiros, que seguem preocupados com o ritmo da segunda maior economia do mundo.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuava 3,54%, pressionada pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia em baixa de 1,65%, a 776 iuanes (108,45 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançava 0,73%, descolada da queda do petróleo no exterior, com as atenções voltadas para o lucro de 32,6 bilhões de reais no terceiro trimestre, bem como para o anúncio de que seu conselho aprovou pagamento de dividendos e/ou juros sobre capital próprio de 17,12 bilhões de reais.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedia 1,43%, em sessão negativa para o setor como um todo, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) em queda de 1,76%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) com declínio de 0,57% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) em baixa de 0,78%.

- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) caía 6,25%, mesmo após lucro de 255,3 milhões de reais no terceiro trimestre (+47,7% ano a ano), com expansão de margens e de 12,1% na receita líquida. Analistas do Itaú BBA consideraram o resultado "bastante forte", mas destacaram que as expectativas no mercado estavam muito altas.

- RUMO ON (BVMF:RAIL3) era negociada em baixa de 3,93%, apesar do lucro de 794 milhões de reais no terceiro trimestre do grupo de logística ferroviária, um crescimento de 64,5% sobre o desempenho de um ano antes, embalado por um resultado operacional mais forte. Analistas esperavam 796 milhões.

- FLEURY ON (BVMF:FLRY3) recuava 3,88%, tendo no radar o balanço do grupo de medicina diagnóstica, com analistas do Citi chamando a atenção para fatores como a desaceleração nas vendas da marca Fleury e expansão limitada da margem, mas destacando positivamente a geração de fluxo de caixa resiliente.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) saltava 9,23%, após reportar lucro de 1,18 bilhão de reais no terceiro trimestre, salto ante os 167 milhões de um ano antes. A companhia cortou projeção de entregas de aeronaves comerciais para 2024, mas melhorou a estimativa para a margem Ebitda ajustada e o fluxo de caixa livre.

© Reuters. Tela de cotações da B3 em São Paulo
05/08/2024
REUTERS/Carla Carniel

- PETRORECONCAVO ON avançava 3,43%, em meio à repercussão do balanço do terceiro trimestre, com lucro líquido de 158,8 milhões de reais, alta de 17% ano a ano, bem como do anúncio de distribuição de proventos de 379 milhões de reais em forma de dividendos.

- NATURA&CO ON (BVMF:NTCO3) cedia 0,21%, já tendo trocado de sinal algumas vezes, após lucro de 302 milhões de reais nas operações continuadas no terceiro trimestre, com melhora na margem bruta. Executivos da fabricante de cosméticos afirmaram que a integração entre as marcas Natura e Avon na América Latina (Onda 2) deve ser concluída em 2025.

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) subia 2,03%, em dia volátil, após reportar lucro de 102 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de quase meio bilhão de reais um ano antes. As vendas totais do grupo, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e marketplace, cresceram 4,5%.

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