KIEV (Reuters) - Ucranianos cansados de casos de corrupção e ávidos por mudança elegeram um comediante sem experiência polícia prévia como próximo presidente do país em uma eleição realizada neste domingo, conforme resultados de uma pesquisa bocas de urna.
Volodymyr Zelenskiy, 41 anos, que interpreta um presidente fictício em uma série de TV, teve 73 por cento dos votos, contra apenas 25 por cento do atual mandatário Petro Poroshenko, segundo a pesquisa.
A popularidade de Poroshenko vinha sendo impactada negativamente por dificuldades para frear a corrupção no país e pela queda no padrão de vida dos ucranianos.
Em jogo nas eleições estava a liderança de um país na linha de frente de um impasse entre o Ocidente e a Rússia após a anexação da Crimeia por Moscou e seu apoio a uma insurgência pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Ambos os homens – que trocaram insultos e acusações em um debate realizado em um estádio de futebol em Kiev na sexta-feira – haviam prometido manter a Ucrânia em um caminho pró-Ocidente.
Mas a vitória de Zelenskiy é uma mudança dramática para um país cujos presidentes anteriores, desde sua independência em 1991, foram políticos experientes, incluindo três ex-primeiros ministros.
Investidores queriam garantias de que o vencedor do pleito buscará acelerar as reformas necessárias para atrair investimento estrangeiro e manter o país em um programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apoiou a Ucrânia em meio à guerra, recessão e desvalorização da moeda.
A campanha não ortodoxa de Zelenskiy explorou o personagem que ele interpreta no programa de TV, um professor de escola escrupulosamente honesto que se torna presidente por acidente após um discurso inflamado sobre corrupção viralizar.
Sua campanha contou com posts excêntricos em redes sociais e piadas, ao invés dos tradicionais comícios e panfletagens
Zelenskiy prometeu combater a corrupção, uma mensagem que ressoou entre os ucranianos, cansados do status quo em um país de 42 milhões de pessoas que é um dos mais pobres da Europa quase três décadas após romper com a União Soviética.
Ele também falou da necessidade de tentar encontra uma forma de acabar com a guerra contra separatistas pró-Rússia por meio de negociações mais amplas com o presidente Vladimir Putin, apoiadas pelo Ocidente.
(Por Matthias Williams e Pavel Polityuk)