Por Isabel Coles e John Davison
ISTAMBUL/BEIRUTE (Reuters) - Aviões de guerra da Turquia bombardearam militantes curdos na região iraquiana de Sinjar e no nordeste da Síria nesta terça-feira, matando ao menos 20 pessoas, em uma ampliação da campanha contra grupos filiados ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo).
Os ataques aéreos na Síria visaram o YPG --componente essencial das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), que são apoiadas pelos Estados Unidos e vêm se aproximando de Raqqa, bastião do Estado Islâmico.
A operação turca mostrou os desafios enfrentados pela campanha liderada pelos EUA para derrotar o Estado Islâmico na Síria e criou o risco de elevar a tensão entre Washington e Ancara, aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por causa dos combatentes curdos, que têm sido cruciais para repelir os jihadistas.
Um militar norte-americano acompanhou comandantes do YPG em uma visita aos locais atingidos pela Turquia no final desta terça-feira no horário local, disse uma testemunha da Reuters, demonstrando a profundidade da parceria.
O YPG disse em um comunicado que sua sede em Mount Karachok perto da fronteira da Síria com a Turquia havia sido atingida, incluindo um centro de mídia, uma estação de rádio local, instalações de comunicação e instituições militares.
"Como resultado do ataque bárbaro dos aviões de guerra turcos na madrugada de hoje contra o centro de YPG ... 20 combatentes foram martirizados e outros 18 feridos, três deles criticamente", disse o porta-voz Redur Xelil.
Os militares turcos disseram que as duas regiões que alvejou se tornaram "polos do terror" e que o objetivo do bombardeio foi evitar que o PKK enviasse armas e explosivos para ataques dentro da Turquia.
"Para destruir estes polos do terror que ameaçam a segurança, unidade e integridade de nosso país e nossa nação, e como parte de nossos direitos baseados na lei internacional, ataques aéreos foram realizados... e alvos terroristas foram atingidos com sucesso", informou o Exército turco em um comunicado.
(Reportagem adicional de Orhan Coskun e Rodi Said)