(Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse nesta terça-feira que seu adversário na disputa eleitoral deste ano é o PT e que seu projeto representa a alternativa à presidente Dilma Rousseff, apesar das pesquisas o apontarem em empate técnico com a a ex-senadora Marina Silva, que será oficializada candidata pelo PSB.
Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, Aécio também prometeu, se eleito, maior atenção ao agronegócio que, segundo ele, vem sendo negligenciado no governo de Dilma, que é candidata à reeleição pelo PT.
"É natural que ela (Marina) apareça bem nas pesquisas. Tenho respeito pessoal pela Marina, ela terá oportunidade de defender as ideias nas quais acredita e continuaremos apresentando as nossas. Somos hoje o projeto alternativo ao governo federal", disse o tucano a jornalistas.
"Temos um projeto cujo nosso adversário é o governo central. Nosso antagonismo é com o PT. E nós continuaremos construindo estas propostas, debatendo estas propostas com a sociedade brasileira."
Pesquisa do instituto Datafolha divulgada na segunda-feira, a primeira a trazer o nome de Marina após a morte de Eduardo Campos, então candidato do PSB, em um acidente aéreo na semana passada, mostrou Dilma liderando com 36 por cento das intenções de voto, à frente de Marina, com 21 por cento, e de Aécio, com 20 por cento.
"Temos que agora, respeitando a posição da Marina, esperar que ela possa vir para o debate em relação ao futuro", disse Aécio. "As nossas propostas, repito, se confrontam ou se conflitam com aquelas que hoje governam o Brasil."
Na região, que é uma das maiores produtoras agrícolas do país, Aécio também voltou a prometer a criação do Superministério da Agricultura e disse que, não fosse o agronegócio, a economia brasileira estaria encolhendo.
"Um ministério que atuará no mesmo nível do Ministério da Fazenda. Um ministério que terá interlocução com o Ministério da Infraestrutura na definição dos investimentos em logística e infraestrutura. Um ministério que participará da formulação do orçamento", prometeu o tucano.
"O Brasil hoje deve ao esforço dos homens do campo, na agricultura e na pecuária, o crescimento que vem tendo. Não fosse esse esforço estaríamos crescendo negativamente."
O tucano garantiu que esse superministério terá como titular uma pessoa ligada ao agronegócio e não será alvo de indicações políticas. Ele se comprometeu, também, com investimentos em infraestrutura para escoar a produção agrícola e criticou o "cemitério de obras abandonadas e inacabadas", que segundo ele, existe no país.
(Por Eduardo Simões)