BEIRUTE (Reuters) - Os bancos do Líbano não identificaram “movimentações extraordinárias” de dinheiro na sexta-feira ou no sábado, primeiros dois dias em que foram reabertos ao público, após ficarem fechados por duas semanas devido a protestos nacionais, disse o chefe da associação de bancos, neste sábado.
“A reação foi quase a que esperamos e antecipamos. No entanto, as pessoas estão fazendo muitas perguntas e respondemos com o máximo de garantias possível”, disse Salim Sfeir, chefe da Associação de Bancos no Líbano, à Reuters, por e-mail.
O chefe do Banco Central Riad Salameh disse que a reabertura dos bancos “em geral… não causou nenhum problema em nenhum banco”.
“Isso é importante dado o longo período em que ficaram fechados e os eventos pelos quais nosso país passou”, disse ele à Reuters, em comentários escritos.
Analistas e banqueiros citaram preocupações que clientes corressem para retirar suas poupanças ou transferi-las para outros países quando os bancos reabrissem.
Os protestos nacionais que entraram em erupção em 17 de outubro levou o Líbano ao caos político, em meio à pior crise econômica desde a guerra civil de 1975-90. As revoltas levaram Saad al-Hariri a renunciar como primeiro-ministro esta semana.
“Estamos tentando responder rumores e evitar o pânico para evitar qualquer retirada de dinheiro desnecessária e injustificada”, disse.
Quando os bancos abriram suas portas na sexta-feira, nenhum controle de capital formal foi imposto, mas clientes encontraram novos freios para transferências a outros países e retiradas de dólar americano, disseram banqueiros e clientes.
“Nenhum tipo de controle formal de capital foi considerado”, disse Salameh, no sábado, acrescentando que uma medida dessas exigiria uma votação no parlamento.
“Os bancos são profissionais para lidar (com a situação) e o banco central está apoiando-nos”, disse.
Uma fonte dos bancos disse que as operações das agências, até agora, estão “melhores do que o esperado”.
Debaixo de chuva, a atividade dos manifestantes foi baixa neste sábado, mas houve chamados nas redes sociais para reuniões posteriores.
(Reportagem de Lisa Barrington e Laila Bassam)