CIDADE DO CABO (Reuters) - O batalhão de choque da África do Sul usou gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra centenas de estudantes reunidos no bairro da Cidade do Cabo onde se localiza o Parlamento, nesta quarta-feira, para tentar impedir a leitura do orçamento provisório pelo ministro das Finanças, Nhlanhla Nene.
À medida que a confusão irrompia nos arredores do edifício, Nene, que se mostrava calmo no pódio da câmara, continuou lendo seu discurso, no qual delineou as perspectivas sombrias da economia mais desenvolvida do continente.
A fala do ministro foi adiada em 45 minutos, já que parlamentares do partido oposicionista Combatentes da Liberdade Econômica (EFF, na sigla em inglês) convocaram várias questões de ordem, argumentando que o orçamento deveria ser postergado por causa de uma série de manifestações estudantis em reação aos aumentos nas mensalidades.
Os confrontos aconteceram quando os seguranças da legislatura foram chamados para retirar os membros do EFF à força.
Muitas universidades da África do Sul foram palco de protestos, alguns violentos, na semana passada. Os alunos exigem que os aumentos, que chegam a 11 por cento, sejam descartados.
Os dirigentes das universidades afirmaram que as elevações são necessárias para manter o padrão de ensino, e pediram que o governo providencie um financiamento adicional.
(Por Wendell Roelf)