Por Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está oferecendo status de proteção temporária aos imigrantes venezuelanos vivendo nos Estados Unidos e também está trabalhando para coordenar a pressão internacional contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por eleições livres e justas, afirmaram autoridades dos EUA nesta segunda-feira.
A decisão, que pode ajudar cerca de 320 mil pessoas, cumpre uma promessa que o presidente Joe Biden fez durante a campanha eleitoral de 2020 de dar abrigo aos venezuelanos que deixaram seu país em meio ao colapso econômico, crise humanitária e turbulência política do governo Maduro.
Os venezuelanos nos Estados Unidos terão de comprovar que estão morando no país de forma contínua para que possam se candidatar à designação de Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), disseram as autoridades aos jornalistas. Se atenderem aos critérios, eles vão receber uma extensão de 18 meses de permanência e também poderão adquirir autorizações para trabalhar.
A decisão resulta de "condições temporárias extraordinárias" na Venezuela, incluindo "fome e desnutrição generalizadas, presença e influência crescente de grupos armados não estatais, e infraestrutura em colapso", disse uma autoridade.
"O retorno para eles não é seguro", acrescentou o funcionário.
Cerca de 5,4 milhões de venezuelanos emigraram nos últimos anos, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Quando Biden chegou ao cargo em 20 de janeiro, ele herdou de seu antecessor, Donald Trump, sanções duras que apertaram ainda mais o nó econômico no país membro da Opep, mas que não conseguiram derrubar Maduro. Uma das autoridades reiterou a posição da Casa Branca, reportada pela Reuters no mês passado, de que Biden "não tem pressa" para suspender as sanções sobre a Venezuela.
(Reportagem de Matt Spetalnick; reportagem adicional de Ted Hesson)