(Reuters) - Cindy McCain, viúva do senador norte-americano John McCain, tornou-se a mais recente voz republicana proeminente a declarar apoio ao candidato presidencial democrata Joe Biden, que está em campanha para tomar a Casa Branca do presidente Donald Trump em novembro.
"Meu marido John viveu segundo um código: primeiro o país", tuitou Cindy na terça-feira. "Somos republicanos, sim, mas sobretudo americanos. Só existe um candidato nesta corrida que defende nossos valores como nação, que é @JoeBiden".
Biden, que teve uma amizade de longa data com John McCain, apesar de suas diferenças ideológicas, havia adiantado a notícia durante uma arrecadação de fundos virtual, dizendo a apoiadores que Cindy McCain decidiu apoiá-lo depois que a revista The Atlantic noticiou que Trump classificou soldados norte-americanos mortos em combate de "perdedores" e "otários".
Trump negou ter feito os comentários. Ele e McCain tinham um histórico de animosidade, depois que Trump desdenhou do serviço militar do senador falecido e dos anos que passou como prisioneiro de guerra no Vietnã, durante a campanha presidencial de 2016. Em agosto, Cindy McCain apareceu em um vídeo falando em favor de Biden na Convenção Nacional Democrata.
Trump reagiu à notícia na manhã desta quarta-feira com mais insultos, dizendo que mal conhece Cindy McCain.
"Joe Biden era o lacaio de John McCain", escreveu. "Nunca fui fã de John. Cindy pode ficar com Joe Sonolento!"
McCain, que representou o Arizona no Senado dos EUA durante mais de três décadas e foi o candidato presidencial republicano em 2008, morreu de câncer cerebral em 2018. Em agosto, mais de 100 ex-funcionários seus anunciaram apoio a Biden. Pesquisas estaduais recentes mostram o democrata com vantagem no Arizona, que escolheu Trump em 2016.
Trump realizou um comício de campanha no Estado pêndulo da Pensilvânia na terça-feira.
A morte de Ruth Bader Ginsburg, juíza liberal da Suprema Corte, na sexta-feira continuou a reconfigurar a disputa presidencial. Na manhã de terça-feira, Trump disse que revelará sua substituta no sábado na esperança de agendar uma votação de confirmação no Senado antes da eleição de 3 de novembro, apesar das críticas ferozes de Biden e de congressistas democratas. Substituir Ginsburg consolidaria uma maioria conservadora de 6 a 3 no tribunal.
"Escolheremos uma mulher incrível", disse Trump no comício, em que também zombou de Biden por usar máscara em eventos de campanha.
Biden ataca a maneira como Trump lida com a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 200 mil pessoas nos EUA –mais do que em qualquer outro país. Trump disse que seu gerenciamento da crise salvou vidas.
(Por Joseph Ax, Alexandra Alper, John Whitesides e Trevor Hunnicutt)