Por Trevor Hunnicutt e Jonathan Allen
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, homenageará nesta terça-feira Emmett Till, o adolescente negro cujo assassinato em 1955 ajudou a galvanizar o movimento dos direitos civis, e sua mãe com um monumento nacional em dois Estados.
Till, um jovem de 14 anos que vinha de Chicago, foi espancado, baleado e mutilado em Money, no Estado do Mississippi, em 28 de agosto de 1955, quatro dias depois que uma mulher branca de 21 anos o acusou de assobiar para ela. Seu corpo foi jogado em um rio.
O assassinato violento colocou os holofotes na causa dos direitos civis nos EUA depois que sua mãe, Mamie Till-Bradley, realizou um funeral de caixão aberto e uma foto do corpo desfigurado de seu filho apareceu na imprensa negra.
A designação de monumento nacional em 2,3 hectares e três locais marca um novo e vigoroso esforço de Biden para relembrar a sangrenta história racial do país, mesmo quando os republicanos em alguns Estados impõem limites sobre como esse passado deve ser ensinado nas escolas.
"A América está mudando, a América está progredindo", disse o reverendo Wheeler Parker Jr., de 84 anos, primo de Till que estava com o jovem na noite em que ele foi sequestrado sob a mira de uma arma da casa de parentes em que eles estavam hospedados no Mississippi.
"Vi muitas mudanças ao longo dos anos e tento dizer aos jovens que elas acontecem, mas acontecem muito devagar", disse Parker na segunda-feira em entrevista por telefone enquanto viajava de Chicago para Washington para participar da cerimônia de assinatura na Casa Branca como um dos cerca de 60 convidados.
Esta terça-feira marca o 82º aniversário do nascimento de Till em 1941. Um dos monumentos é a igreja em Chicago onde ocorreu o funeral de Till.
Os outros locais selecionados estão no Mississippi: Graball Landing, perto de onde se acredita que o corpo de Till tenha sido recuperado; e o tribunal do Segundo Distrito do Condado de Tallahatchie, onde dois homens brancos que mais tarde confessaram a morte de Till foram absolvidos por um júri totalmente branco.
Sinais colocados em Graball Landing desde 2008 para marcar a morte de Till foram repetidamente desfigurados por tiros.
Agora esse local e os outros serão considerados propriedade federal, recebendo cerca de 180.000 dólares por ano em financiamento do National Park Service. Qualquer vandalismo futuro será investigado por agentes federais, e não pela polícia local, de acordo com Patrick Weems, diretor-executivo do Emmett Till Interpretive Center em Sumner, Mississippi.
Outros monumentos nacionais incluem o Grand Canyon, a Estátua da Liberdade e o laboratório do inventor Thomas Edison.