Por Trevor Hunnicutt
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes de outros membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) devem anunciar uma nova ajuda à Ucrânia ao se reunirem para sua cúpula anual em Washington nesta quarta-feira.
Biden, que há quase duas semanas enfrenta dúvidas sobre sua aptidão para o cargo depois de um desempenho ruim em um debate em 27 de junho, espera que o encontro o ajude a encenar uma recuperação, cercado por aliados com os quais ele tem cultivado a relação durante seus três anos no cargo.
Após chamar a aliança militar de "mais forte do que nunca" em um discurso vigoroso na terça-feira, Biden e os outros líderes da Otan agora se voltam para seu difícil trabalho.
No topo da agenda está o impasse de mais de dois anos entre o Ocidente e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.
Mas a cúpula também fornecerá aos líderes a chance de abordar outras questões de segurança, incluindo a guerra em Gaza e o aprofundamento dos laços entre Rússia, Irã, China e Coreia do Norte.
A eleição presidencial dos EUA em novembro pode alterar o apoio de Washington à Ucrânia e à Otan. O candidato republicano Donald Trump tem questionado a quantidade de ajuda dada à Ucrânia em sua batalha contra a invasão da Rússia, bem como o apoio norte-americano aos seus aliados em geral.
Nos bastidores da cúpula, espera-se que Biden se encontre com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer para a primeira conversa presencial desde que o Partido Trabalhista obteve uma vitória eleitoral esmagadora que pôs fim a 14 anos de governo conservador no Reino Unido. Os países são aliados transatlânticos importantes.
Biden também será o anfitrião de um jantar para os chefes de Estado e de governo da Otan, um evento que normalmente não chamaria a atenção, mas que entrou em foco devido às preocupações sobre se ele pode lidar com as demandas da Presidência por mais quatro anos.
Na esperança de mudar o curso do conflito na Ucrânia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy deseja que a aliança envie mais armas e dinheiro e ofereça garantias de segurança. Ele se reunirá com o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, um aliado de Trump, no Capitólio neta quarta-feira.
Zelenskiy participará de partes da cúpula da Otan como convidado, mas a Ucrânia quer se juntar ao grupo para evitar futuros ataques da Rússia.
Os membros da Otan já anunciaram a entrega de mais sistemas estratégicos de defesa aérea para ajudar a Ucrânia. Mais anúncios de ajuda devem ocorrer na cúpula, que marca o 75º aniversário da aliança.