Por Trevor Hunnicutt e Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tentará conter nesta quinta-feira a crescente oposição dentro de seu próprio partido a sua candidatura à reeleição, enviando assessores para se reunir com senadores democratas e realizando sua primeira coletiva de imprensa solo em quase oito meses.
A campanha de Biden está em uma situação adversa há duas semanas, desde que o desempenho ruim do presidente de 81 anos em debate contra Donald Trump, seu rival republicano, levantou novas preocupações sobre sua idade e acuidade mental - o que os eleitores já vinham questionando há muito tempo em pesquisas de opinião.
Na semana passada, parlamentares democratas passaram a pedir que Biden desista de sua candidatura, citando preocupações de que ele poderia não apenas perder a Casa Branca, mas também custar ao partido o controle do Congresso.
Na quarta-feira, Peter Welch se tornou o primeiro senador democrata a pedir que Biden se afaste, juntando-se a pelo menos nove deputados democratas que apelaram ao presidente para que abandone a disputa.
Welch, senador pelo Estado de Vermont em primeiro mandato, disse que Biden deveria encerrar sua candidatura "para o bem do país".
Vários parlamentares têm dito que Biden deveria permanecer na disputa, e muitos outros, incluindo a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, têm se recusado a afirmar definitivamente o que ele deveria fazer.
Todos eles estarão observando atentamente às 18h30 (horário de Brasília), quando Biden responderá às perguntas da equipe de imprensa da Casa Branca.
Em sua primeira coletiva de imprensa solo desde novembro de 2023, Biden terá que falar sobre uma ampla gama de tópicos - incluindo prováveis perguntas sobre se seus médicos encontraram evidências de declínio mental.
Uma autoridade da Casa Branca disse que se espera que o formato seja semelhante ao da última coletiva de Biden, quando o presidente chamou quatro repórteres que perguntaram sobre tópicos que iam desde a defesa de Taiwan até as mortes em Gaza e, em seguida, respondeu a uma série de perguntas gritadas para ele.
Biden pode chamar mais alguns repórteres desta vez, de acordo com uma pessoa informada sobre o assunto.
Essa será a maior exposição de Biden desde o debate de 27 de junho. Uma entrevista à ABC News na semana passada causou ainda mais alarme quando Biden disse que ficaria satisfeito se perdesse a eleição, desde que fizesse o melhor possível.
Antes da coletiva de imprensa, vários assessores de Biden se reunirão com senadores democratas durante o almoço, em uma tentativa de reforçar o apoio no local onde ele serviu entre 1973 e 2009.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na semana passada revelou que Biden e Trump estão empatados na disputa com 40% cada. Outras pesquisas de opinião têm mostrado que Trump está ampliando sua vantagem sobre Biden.