Por Jeff Mason e Rami Ayyub
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, previu nesta sexta-feira que alguns Estados do país tentarão prender mulheres por cruzar as fronteiras estaduais para fazer abortos depois que a Suprema Corte anulou o direito constitucional aos procedimentos em todo o país.
Treze Estados liderados por republicanos proibiram ou restringiram severamente o procedimento sob as chamadas "leis de gatilho" após o tribunal derrubar a decisão histórica de 1973 Roe vs. Wade na semana passada. As mulheres nesses Estados que procuram um aborto podem ter que viajar para Estados onde o aborto permanece legal.
Em uma reunião virtual sobre direitos ao aborto com governadores democratas nesta sexta-feira, Biden disse acreditar que "as pessoas ficarão chocadas quando o primeiro Estado... tentar prender uma mulher por cruzar uma fronteira estadual para obter serviços de saúde".
Ele acrescentou: "E eu não acho que as pessoas acreditam que isso vai acontecer. Mas vai acontecer, e vai mostrar para todo o país que este é um assunto gigantesco que vai além; quero dizer, afeta todos os seus direitos básicos".
Biden afirmou que o governo federal agirá para proteger as mulheres que precisarem cruzar as fronteiras estaduais para fazer um aborto e garantir seu acesso a medicamentos nos Estados onde é proibido.
A governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, disse na reunião que seu Estado "não cooperará" em nenhuma tentativa de rastrear mulheres que fizeram abortos para puni-las. "Não vamos extraditar", disse ela.
Grupos de direitos ao aborto entraram com processo em vários Estados visando preservar a capacidade das mulheres de interromper a gravidez.
(Reportagem de Rami Ayyub, Jeff Mason e Susan Heavey)