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Biden recebe "parceiro inabalável" Macron na Casa Branca

Publicado 01.12.2022, 16:51
Atualizado 01.12.2022, 16:55
© Reuters. Presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron
01/12/2022
REUTERS/Jonathan Ernst

Por Steve Holland e Michel Rose e Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu as boas-vindas ao presidente francês, Emmanuel Macron, na Casa Branca, nesta quinta-feira, para comemorar mais de 200 anos de relações entre EUA e França, e uma aliança renovada na luta contra a invasão russa da Ucrânia.

Biden está recebendo Macron na primeira visita de Estado do francês desde que o presidente dos EUA assumiu o cargo, no início de 2021. Biden e sua esposa Jill cumprimentaram Macron e sua esposa Brigitte com abraços, beijos e sorrisos largos.

Os dois casais, que jantaram juntos informalmente na quarta-feira, participaram de uma cerimônia no gramado sul da Casa Branca, que contou com uma guarda de honra militar, uma banda colonial de jaqueta vermelha com pífanos, bateria e hinos nacionais.

Biden deu as boas-vindas à França como "nosso aliado mais antigo, nosso parceiro inabalável na causa da liberdade" no discurso de abertura da cerimônia. Ambos os líderes celebraram a aliança de seus países contra o presidente russo Putin, como defensores da democracia.

"A França e os Estados Unidos estão enfrentando a ambição de conquista de Vladimir Putin e a guerra brutal da Rússia contra a Ucrânia, que mais uma vez destruiu a paz no continente europeu", disse Biden. "A França e os Estados Unidos estão mais uma vez defendendo os valores democráticos e os direitos humanos universais, que são o coração de nossas duas nações."

Macron disse que as duas nações precisam se tornar irmãs de armas mais uma vez após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e têm uma responsabilidade compartilhada de proteger as democracias de ambos os lados do oceano, que estão sendo abaladas por dúvidas.

"Nossas novas fronteiras estão aí, e é nossa responsabilidade compartilhada responder a isso", disse o presidente francês.

Biden e Macron sorriram enquanto trocavam comentários e pareciam à vontade um com o outro. Antes de suas conversas, eles disseram que discutiriam o comércio de alta tecnologia e o impacto indireto da guerra Rússia-Ucrânia nas economias.

Biden, de 80 anos, e Macron, de 44, tiveram muitos reuniões em encontros internacionais, mas este será o maior tempo que passarão juntos. Um pomposo jantar de Estado foi planejado, com 200 lagostas do Estado do Maine trazidas para a ocasião.

Entre os presentes que Macron trouxe estava uma versão em vinil e CD da trilha sonora original do filme de 1966 de Claude Lelouch "Un Homme et une Femme", o filme que os Biden foram ver em seu primeiro encontro, de acordo com o Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França.

O casal Biden presenteou Macron com um espelho personalizado feito de madeira caída do terreno da Casa Branca e uma coleção de discos de vinil personalizados de grandes músicos norte-americanos.

Espera-se que Macron levante preocupações francesas e europeias sobre subsídios na Lei de Redução da Inflação (IRA) de Biden, um projeto de lei de 430 bilhões de dólares, que oferece subsídios maciços para produtos fabricados nos EUA e visa enfrentar a crise climática.

Líderes europeus dizem que o pacote legislativo assinado por Biden em agosto é injusto para empresas não americanas e seria um duro golpe para suas economias enquanto a Europa lida com as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.

Em uma reunião na quarta-feira com legisladores dos EUA, Macron disse que o ato era "super agressivo" em relação às empresas europeias, disse um participante à Reuters sob condição de anonimato.

© Reuters. Presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron
01/12/2022
REUTERS/Jonathan Ernst

Macron disse à comunidade francesa em Washington que o custo da guerra na Ucrânia era muito maior na Europa do que nos Estados Unidos e que a Europa corria o risco de ficar para trás se os subsídios desviassem novos investimentos. Isso poderia "fragmentar o Ocidente", disse.

Não havia sinal de que Biden estivesse preparado para fazer concessões.

(Reportagem de Steve Holland e Michel Rose; Reportagem adicional de Jeff Mason)

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