Por Steve Holland e Michael Martina
WASHINGTON (Reuters) - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, tiveram uma quinta ligação como líderes nesta quinta-feira, falando por mais de duas horas, à medida que aumentam as preocupações sobre uma possível visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, reivindicada pelos chineses.
A Casa Branca disse que a ligação começou às 8h33 (9h33 no horário de Brasília) e terminou às 10h50. Autoridades dos EUA disseram que a conversa teria uma agenda ampla, incluindo a discussão da invasão da Ucrânia pela Rússia, que a China ainda não condenou.
Em sua essência, as autoridades dos EUA veem a conversa como outra chance de administrar a competição entre as duas maiores economias do mundo, cujos laços estão cada vez mais ofuscados pelas tensões sobre Taiwan, democraticamente governada, que Xi prometeu reunir com o continente, pela força, se necessário.
Pequim tem emitido alertas crescentes sobre repercussões caso Pelosi visite Taiwan, uma medida que seria uma demonstração significativa, embora não sem precedentes, do apoio dos EUA à ilha, que diz estar enfrentando ameaças militares e econômicas chinesas.
Washington não tem relações oficiais com Taiwan e segue uma política de "uma só China" que reconhece Pequim, não Taipé, diplomaticamente. Mas os Estados Unidos são obrigados pela legislação norte-americana a fornecer à ilha os meios para se defender, e a pressão vem aumentando no Congresso por um apoio mais explícito.
"Trata-se de manter as linhas de comunicação abertas com o presidente da China, uma das relações bilaterais mais importantes que temos, não apenas naquela região, mas em todo o mundo", disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca John Kirby a repórteres na quarta-feira.
Uma pessoa informada sobre o planejamento da ligação disse que o governo Biden acredita que o envolvimento direto entre os líderes é a melhor maneira de diminuir as tensões sobre Taiwan.