Por Jarrett Renshaw e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Joe Biden, visitará a fronteira dos Estados Unidos com o México neste domingo pela primeira vez desde que assumiu o cargo, quase dois anos atrás, enfrentando uma das questões mais politicamente carregadas do país enquanto se prepara para uma candidatura à reeleição.
Biden anunciou na quinta-feira novos planos para bloquear migrantes cubanos, haitianos e nicaraguenses na fronteira entre os EUA e o México, ampliando as nacionalidades dos migrantes que podem ser expulsos de volta ao México, e a ida a El Paso, no Texas, não deve render quaisquer novos avanços políticos.
Em vez disso, a visita pretende demonstrar que o presidente dos Estados Unidos está levando a sério a questão, acabando com as perguntas incômodas sobre quando ele planeja visitar, fortalecendo as relações com a patrulha de fronteira e potencialmente dando a ele outra chance de pressionar o Congresso a aprovar novas leis para consertar um sistema quebrado.
Contudo, o recém-assumido controle da Câmara dos Deputados norte-americana pelos republicanos basicamente bloqueia as perspectivas de qualquer correção legislativa, deixando Biden com poucas opções boas.
"A viagem é o reconhecimento de que este é um problema sério, com dificuldades reais, mas também que só será resolvido com a ajuda dos republicanos", disse Karen Finney, consultora democrata.
Os republicanos têm usado continuamente a questão fronteiriça como um cassetete contra Biden, culpando-o por não ter conseguido tomar uma ação mais dura. E com uma estreita maioria republicana na Câmara, que dá maior influência aos radicais do partido, há pouca esperança de um compromisso.
Biden se encontrará com autoridades locais e líderes comunitários na fronteira e avaliará as operações de fiscalização fronteiriça em El Paso, onde o prefeito democrata declarou estado de emergência no mês passado, citando centenas de migrantes que estão dormindo nas ruas em meio a temperaturas baixas e milhares sendo detidos diariamente.
As autoridades de fronteira norte-americanas interceptaram um recorde de 2,2 milhões de migrantes na fronteira com o México no ano fiscal de 2022 que terminou em setembro, embora esse número inclua indivíduos que tentaram cruzar a divisa múltiplas vezes.
(Por Jarrett Renshaw e Andrea Shalal)