Por Andrius Sytas
VILNIUS (Reuters) - Defensores do vencedor do prêmio Nobel bielorrusso Ales Bialiatski disseram que o ativista dos direitos humanos deveria ter sido incluído na maior troca de prisioneiros entre Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria realizada na última quinta-feira.
Aliados de Bialiatski e de outros prisioneiros de Belarus ficaram decepcionados quando viram oito russos, incluindo um assassino condenado, sendo trocados por 16 pessoas que estavam presas em prisões na Rússia e em Belarus, muitos deles dissidentes.
Alguns dos dissidentes russos libertados, incluindo Ilya Yashin, um ativista da oposição, demonstraram raiva ou reservas na sexta-feira por terem sido deportados do país contra a sua vontade.
Bialiatski, 61, que cumpre uma sentença de dez anos por financiar os protestos contra o governo depois de um julgamento classificado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como "farsa", recebeu um prêmio Nobel em 2022 -- um ano depois da sua prisão.
"Quando ouvimos que um acordo era iminente, tínhamos a esperança que os prisioneiros políticos de Belarus fossem parte disso. Primeiro deles, claro, o aprisionado vencedor do Prêmio Nobel da Paz", disse Alena Masliukova, membro da Viasna -- a organização de direitos humanos fundada por Bialiatski.
"Foi uma desilusão complete e ainda não superamos", disse Masliukova, que vive agora no exílio em Vilnius, na capital da Lituânia.
Entre os libertados na troca de prisioneiros estavam o cidadão alemão Rico Krieger, que foi sentenciado à morte em Belarus sob acusação de terrorismo, já que o país é um aliado muito próximo ao regime russo. Segundo a Viasna, 1.390 pessoas são presas políticas no país, muitas por conta dos protestos em massa de quatro anos atrás.