Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Os principais especialistas em abuso sexual da Igreja Católica orientaram bispos nesta terça-feira a finalmente assumirem a responsabilidade por um escândalo global de abusos clericais e conversar pessoalmente com as vítimas, ou correrão o risco de ver a Igreja perder credibilidade em todo o mundo.
O papa Francisco convocou os chefes de cerca de 110 conferências nacionais de bispos católicos e dezenas de especialistas e líderes de ordens religiosas ao Vaticano para uma reunião extraordinária dedicada aos abusos sexuais entre os dias 21 e 24 de fevereiro.
As vítimas de abusos sexuais de clérigos esperam que o encontro finalmente produza uma diretriz clara para responsabilizar os próprios bispos caso não lidem adequadamente com casos de abuso.
"Na falta de uma resposta abrangente e comum, não somente seremos incapazes de levar cura às vítimas, mas a própria credibilidade da Igreja para cumprir a missão de Cristo estará ameaçada em todo o mundo", disse o comitê orientador da conferência em uma carta a todos os participantes.
"Mas cada um de nós precisa encarar este desafio, unindo-nos em solidariedade, humildade e penitência para consertar o estrago feito, compartilhando um comprometimento comum com a transparência e responsabilizando cada um na Igreja", disse a carta divulgada pelo Vaticano.
O comitê é formado pelo cardeal Blase Cupich de Chicago, o cardeal Oswald Gracias de Mumbai, o arcebispo Charles Scicluna de Malta, o principal investigador de abusos sexuais do Vaticano, e o padre Hans Zollner, especialista em abuso radicado em Roma.