MOSCOU (Reuters) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que foi suspenso pelo comitê de ética da entidade, acusou o presidente da Uefa, Michel Platini, a Inglaterra e os Estados Unidos de fazerem ataques contra ele e a federação internacional de futebol, em entrevista à agência de notícias russa Tass, na qual elogiou o líder russo, Vladimir Putin.
Blatter está cumprindo uma suspensão de 90 dias imposta pelo comitê de ética pendente investigação de um pagamento de dois milhões de francos suíços que ele fez a Platini em 2011 - um caso que também faz parte de uma investigação criminal suíça.
O presidente da Fifa, que ocupa o cargo desde 1998, disse que a política está por trás dos "ataques" contra ele que se seguiram ao indiciamento de dirigentes, incluindo o brasileiro José Maria Marin, e executivos de marketing esportivo por parte de promotores norte-americanos, em maio.
"No início era apenas um ataque pessoal. Era Platini contra mim. Ele começou, mas depois tornou-se política", disse o suíço, de 79 anos, na entrevista publicada nesta quarta-feira.
"E quando é política, não é mais Platini contra mim. Então passa a ser aqueles que perderam a Copa do Mundo. Inglaterra contra a Rússia. Eles perderam a Copa do Mundo. E os EUA perderam a Copa do Mundo para o Catar", afirmou.
"Mas você não pode destruir a Fifa. A Fifa não é um banco suíço. A Fifa não é uma empresa comercial. Então, o que eles têm feito em conjunto com a Suíça, eles criaram esse ataque contra a Fifa e o presidente da Fifa", acrescentou.
Blatter disse que a Rússia "nunca vai perder a sede da Copa do Mundo" que o país ganhou o direito de sediar em 2018, apesar dos apelos de alguns, especialmente na Grã-Bretanha, para que o torneio seja retirado dos russos.
Apontando a Inglaterra como "mau perdedora", ele disse: "Na Grã-Bretanha criaram este belo jogo, eles introduziram o fair play. Mas houve apenas um voto para a Inglaterra. Eles foram eliminados na primeira rodada. Ninguém queria a Inglaterra".
Blatter disse que os preparativos da Rússia para o torneio estavam indo bem e elogiou Putin, a quem descreveu como um "bom amigo de Joseph Josephovich", referindo-se a si mesmo.
"Você sabe o que eu gosto na Rússia é que também em situações difíceis ainda tenho o total apoio do presidente Putin. Isso é bom. E eu o apoio em todas as discussões, em todas as situações", disse.