Por Humeyra Pamuk
DOHA (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, negou nesta terça-feira relatos de que o Taliban impede a saída de norte-americanos que estão tentando partir de avião de uma cidade do norte afegão, mas disse que o grupo não permitiu que voos fretados decolassem porque algumas pessoas careciam de documentos de viagem válidos.
Nos últimos dias, surgiram relatos de que mil pessoas, incluindo norte-americanos, estão retidas no aeroporto de Mazar-i-Sharif há dias esperando liberação para partir em voos fretados.
Um organizador atribuiu o atraso ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, uma crítica ecoada por alguns republicanos, que pediram ao Departamento que faça mais para facilitar tais voos.
Blinken falava em uma coletiva de imprensa no Catar, um aliado dos EUA que emerge como interlocutor crucial do Taliban, que tomou o poder em Cabul no dia 15 de agosto na esteira do colapso do governo apoiado pelo Ocidente.
Blinken disse que Washington identificou um número "relativamente" pequeno de norte-americanos que tentam partir de Mazar-i-Sharif.
Mas um dos maiores desafios para os voos fretados que tentam sair é que algumas pessoas careciam dos documentos de viagem válidos, o que na prática impediu a viagem de todo o grupo, disse ele.
"E o meu entendimento é que o Taliban não nega a saída a ninguém que tenha um documento válido, mas que dizem que aqueles sem documentos válidos a esta altura não podem partir", disse ele aos repórteres. "Como todas estas pessoas estão agrupadas, isto significa que os voos não têm permissão para sair".
Blinken acrescentou que o Taliban está mantendo seu compromisso de permitir que norte-americanos com documentos de viagem válidos partam.
"Não estamos cientes de ninguém ter sido retido em uma aeronave, ou de alguma situação como um sequestro em Mazar-i-Sharif. Assim, temos que trabalhar com exigências diferentes, e é exatamente isto que estamos fazendo".