Por Daniel Ramos
LA PAZ (Reuters) - Os membros de um grupo envolvido no assassinato do então presidente haitiano, Jovenel Moise, em julho, haviam conspirado para assassinar o presidente da Bolívia, Luis Arce, em 2020, afirmou o ministro boliviano do Interior nesta segunda-feira.
O ministro Eduardo del Castillo disse em entrevista coletiva que o governo teve acesso a emails, gravações de áudio e dados de imigração e de hotéis que provariam o plano fracassado contra Arce, um socialista que chegou ao poder no ano passado após um período divisivo de governo interino de direita.
"Estamos falando sobre o fato de que, dias antes das eleições de outubro de 2020, paramilitares que depois iriam assassinar o presidente do Haiti e mercenários contratados... estavam na Bolívia", disse Del Castillo, mostrando alguns dos materiais.
"A intenção era acabar com a vida do presidente".
Del Castillo tornou alguns dos dados disponíveis à imprensa. A Reuters não conseguiu confirmar imediatamente suas acusações.
A polarização na Bolívia tem sido profunda desde 2019, quando o líder socialista Evo Morales venceu uma eleição acirrada para selar o que seria seu quarto mandato no poder, apesar de limitações ao número de mandatos possíveis e do resultado de um referendo, no qual a maioria votou contra sua candidatura.
A eleição foi anulada posteriormente após a Organização dos Estados Americanos (OEA) dizer que teria havido fraude eleitoral. Em meio a protestos generalizados, os militares retiraram o apoio a Morales, que renunciou e deixou o país, classificando o evento como um golpe de Estado.