O presidente do Chile, Gabriel Boric (Convergência Social, esquerda), disse nesta 4ª feira (7.ago.2024) que não tem dúvidas que houve fraude nas eleições da Venezuela, realizadas em 28 de julho. Em declaração a jornalistas, também voltou a dizer que não reconhece a “vitória autoproclamada” de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda).
Boric falou na frente do Palácio de La Moneda, sede da Presidência chilena, 1 dia depois de uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizada em Santiago, capital do Chile, na 3ª feira (6.ago). O presidente chileno conversou com Lula sobre a situação da Venezuela e a transparência na divulgação das atas de votação.
“Não tenho dúvidas de que o regime de Maduro tentou cometer uma fraude. Se não, teriam mostrado as famosas atas. Por que não o fizeram? Se tivessem vencido, claramente teriam mostrado as atas. Além disso, estão cometendo violações de direitos humanos, reprimindo as pessoas que estão se manifestando e iniciando perseguições penais que são inaceitáveis em um país democrático”, afirmou o líder chileno.
Depois do anúncio da vitória de Maduro na madrugada do dia 29 de julho, Boric foi um dos primeiros governantes a duvidar dos resultados da votação, dizendo que eram “difíceis de acreditar”. Nesta 4ª feira (7.ago) ele complementou dizendo que o Chile não acredita na “independência e nem na imparcialidade” das instituições do governo venezuelano.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, fez uma publicação no X (ex-twitter) respondendo às declarações do presidente chileno. “O senhor Gabriel Boric se coloca à direita de Milei e do Departamento de Estado dos Estados Unidos, sua máscara caiu definitivamente, seu governo pinochetista e golpista está exposto”, afirmou.