SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro elogiou nesta quinta-feira o acordo preliminar alcançado entre o Irã e potências mundiais para evitar que a República Islâmica produza armas nucleares, depois da tentativa fracassada de Brasil e Turquia de mediar o impasse em 2010.
O Irã e as seis potências --Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia-- fecharam um acordo preliminar com ajuda da União Europeia para deter o programa nuclear iraniano por pelo menos uma década e que servirá de base para um pacto mais abrangente a ser alcançado até o fim de junho.
"O Brasil saúda a disposição dos governos do Irã e dos países do P5+1, bem como da diplomacia da União Europeia, em perseverar nos esforços para alcançar um acordo satisfatório para todas as partes", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
Em maio de 2010, Brasil e Turquia tentaram mediar um acordo para o impasse de mais de uma década ao fechar um pacto de troca de combustível nuclear com o Irã com o objetivo de acalmar as preocupações internacionais sobre as ambições atômicas da República Islâmica.
A iniciativa diplomática foi considerada insuficiente pelas potências e não evitou que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovasse uma nova rodada de sanções contra o Irã nos dias seguintes ao anúncio do acordo mediado por Brasil e Turquia.
"O governo brasileiro tem consistentemente reiterado que não há alternativa a uma solução negociada para essa questão e que as presentes tratativas constituem oportunidade que deve ser plenamente aproveitada para se chegar a uma solução duradoura sobre a matéria", afirmou a chancelaria brasileira.
Turquia e Brasil, que à época do acordo eram membros temporários do Conselho de Segurança da ONU, alegaram que o pacto seria motivo suficiente para suspender a discussão sobre novas sanções, o que não ocorreu.
Depois que os negociadores anunciaram nesta quinta-feira os parâmetros do acordo preliminar, Irã e as potências terão até 30 de junho para firmar um pacto mais abrangente e de longo prazo sobre o programa nuclear iraniano.
(Por Bruno Marfinati)