BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou 63.880 mortes violentas intencionais em 2017, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, o que representa um novo recorde.
O número do ano é um salto de 2,9 por cento em relação ao mesmo período de 2016, o que resulta em uma média diária de mortes violentas intencionais de 175 pessoas, de acordo com o documento.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entram nessa conta homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, homicídios de policiais e mortes por intervenções policiais.
O anuário informou também que foram registrados 60.018 estupros em 2017 no Brasil, um aumento de 8,4 por cento em relação a 2016. Já as tentativas de estupro caíram 2,9 por cento, para 5.997 casos registrados.
A média nacional das mortes violentas foi de 30,8 para cada 100 mil habitantes. Entre os Estados, o Rio Grande do Norte é o que teve a maior taxa, com 68,0 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1). Na outra ponta, São Paulo registrou 10,7 casos, seguido por Santa Catarina (16,5) e pelo Distrito Federal (18,2).
Ao todo, a segurança pública consumiu 84,7 bilhões de reais, ou 1,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.
Para o diretor-presidente do fórum, Renato Sérgio de Lima, não há solução mágica para o problema.
"Os recursos são escassos, trabalha-se muito, mas desarticuladamente, gasta-se mal, e não aprendemos com as sucessivas crises que acompanhamos no setor ao longo dos últimos anos”, completou. O FBSP é responsável pelo anuário.
O estudo apontou ainda um aumento de 20,5 por cento das mortes decorrentes de intervenções policiais no ano passado --foram 5.144.
Do total de vítimas de homicídios, 4.539 foram mulheres e destas, 1.133 foram feminicídios.
(Por Mateus Maia)