Por Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou na terça-feira quatro projetos de lei que endurecem a postura diante da China, três deles relativos aos protestos pró-democracia em Hong Kong e um elogiando o Canadá em sua disputa pela extradição de uma executiva chinesa do setor de telecomunicações.
As quatro medidas foram aprovadas por unanimidade em uma votação oral, já que democratas e republicanos do Congresso disseram querer adotar uma abordagem agressiva com a China e demonstrar apoio a Hong Kong após quatro meses de tumultos na cidade.
As medidas chegam no momento em que a Casa Branca está envolvida em conversas delicadas com a China para resolver uma guerra comercial danosa. Os títulos do Tesouro dos EUA tiveram baixa na terça-feira, já que os investidores contiveram as expectativas a respeito de um acordo iminente.
Uma das medidas, a Lei de Direitos Humanos e Democracia em Hong Kong, exigirá que o secretário de Estado norte-americano certifique que Hong Kong mantém sua autonomia a cada ano para que o território continue recebendo o tratamento especial que tem lhe permitido ser um grande centro financeiro.
Uma segunda, a Lei Proteja Hong Kong, proibirá exportações comerciais de itens militares e de controle de multidões que a polícia de Hong Kong poderia usar contra manifestantes.
O Ministério das Relações Exteriores chinês acusou os parlamentares dos EUA de terem "intenções sinistras" para minar a estabilidade de Hong Kong e alertaram que as relações bilaterais serão prejudicadas caso as medidas sejam sancionadas.
"A China precisa adotar medidas efetivas para salvaguardar com firmeza sua soberania, sua segurança e seus interesses de desenvolvimento", disse o porta-voz da chancelaria, Geng Shuang, em um comunicado.
O Senado ainda não agendou votações sobre a legislação, mas um assessor do Comitê de Relações Exteriores disse que as votações das medidas pró-Hong Kong são esperadas na Casa nas próximas semanas.
A terceira medida aprovada pela Câmara é uma resolução não vinculante que reconhece o relacionamento de Hong Kong com os EUA, rejeitando a "interferência" de Pequim em seus assuntos e apoiando o direito dos moradores da cidade de protestar.
A quarta medida foi outra resolução não vinculante da Câmara que elogia o Canadá por suas ações relacionadas a uma solicitação dos EUA de extraditar Meng Wanzhou, diretora financeiro da gigante chinesa de telecomunicações Huawei Technologies [HWT.UL], que foi presa no Canadá em dezembro.
(Reportagem adicional de Anne Marie Roantree em Hong Kong)