MOSCOU/PARIS (Reuters) - A Rússia acusou a campanha do candidato presidencial francês Emmanuel Macron de discriminar sua mídia nesta quinta-feira e disse que esta pisoteou a liberdade de imprensa banindo veículos de notícias russos de seus eventos.
Em Paris, um porta-voz de Macron confirmou que a agência de notícias russa de financiamento estatal Sputnik e o canal RT TV foram impedidos de ter acesso a ele, descrevendo-os como uma "entidade de duas cabeças" que divulga propaganda estatal de Moscou e notícias falsas.
Macron, um ex-banqueiro e político de centro pró-União Europeia, é amplamente visto como o favorito para conquistar a Presidência da França em 7 de maio derrotando a líder de extrema-direita Marine Le Pen.
Macron é severo no tocante às sanções impostas pela UE a Moscou em decorrência da crise na Ucrânia, enquanto Le Pen, uma admiradora do presidente russo, Vladimir Putin, é uma eurocética que defende a suspensão das sanções e apoia os russos no conflito ucraniano.
O Kremlin tem se irritado com as acusações da campanha de Macron, segundo as quais suas redes, bancos de dados e sites foram atacados de locais de dentro da Rússia, alimentando as suspeitas de que Moscou esteja tentando minar a campanha de Macron para ajudar Le Pen.
O porta-voz de Macron se referiu ao "desejo sistemático (dos dois veículos de notícias) de divulgar notícias falsas e informações falsas".
"Espalhar mentiras metódica e sistematicamente – isso é um problema", disse. "Se isso cria problemas com o Kremlin, será tema de uma discussão aberta no caso de o candidato (Macron) ser eleito."
(Por Andrew Osborn e Richard Balmforth)