FRANKFURT (Reuters) - A campanha de Emmanuel Macron, o favorito para vencer as eleições presidenciais na França, foi alvo de um grupo de espionagem cibernética ligado a especialistas da agência inteligência militar russa GRU.
Feike Hacquebord, pesquisador da empresa de segurança Trend Micro, disse ter encontrado provas de que o grupo de espionagem apelidado de "Pawn Storm" atacou a campanha Macron com truques de phishing e tentativas de instalar malware no site da campanha.
Ele disse que rastros digitais ligaram os ataques contra Macron a aqueles do ano passado contra o Comitê Nacional Democrata dos Estados Unidos e a campanha presidencial de Hilary Clinton e às técnicas similares foram utilizadas para atingir o partido da chanceler alemã Angela Merkel, em abril e maio de 2016.
A Rússia nega qualquer envolvimento com os ataques à campanha de Macron.
Especialistas em segurança disseram que o grupo espião "Pawn Storm" é conhecido por vazar os documentos roubados depois de algum tempo e que qualquer ataque contra a campanha do candidato francês nos últimos meses não influenciaria o segundo turno das eleições em 7 de maio. Mas, se documentos foram roubados, eles podem ser usados para minar a presidência de Macron, caso ele seja eleito. n.
O porta-voz da agência francesas de segurança cibernética confirmou os ataques à campanha de Macron, mas não responsabilizou o grupo ligado a Rússia.
"O que podemos confirmar é que é o método clássico de operar do Pawn Storm. Entretanto, não podemos atribuir autoria ao ataque porque podemos ser facilmente manipulados e os atacantes podem se passar por qualquer outra pessoa", disse o representante.
No segundo turno, Macron, um internacionalista liberal que tem criticado a política externa russa, vai enfrentar a candidata de extrema direita Marine Le Pen, que pegou empréstimos com bancos russos e defendeu políticas pró-Kremilin.
Segundo o especialista da Trend Micro, o Pawn Storm, um dos mais antigos grupos de espionagem cibernética do mundo, enviou emails de phishing usando falsos servidores locais para atacar a campanha de Macron.
Hacquebords disse ainda que ter provas conclusivas do envolvimento russo é difícil pela complexidade de atribuir autoria a ataques cibernéticos.
(Por Eric Auchard, Marine Pennetier e Peter Maushagen)