Por Sinan Abu Mayzer e Raneen Sawafta
JERUSALÉM (Reuters) - Centenas de pessoas protestaram em pontos de checagem dentro de um campo de refugiados em Jerusalém e conflitos entre palestinos e forças de segurança de Israel eclodiram na Cisjordânia nesta quarta-feira, com um palestino morto perto de Hebron, no sul.
Os incidentes dão sequência a meses de tensões, que se aprofundaram desde que forças israelenses começaram uma repressão na ocupada Cisjordânia no fim de março, após uma série de ataques de palestinos em Israel que mataram 19 pessoas.
Mais de 100 palestinos foram mortos neste ano, a maioria desde que o Exército começou sua operação, que tem sido marcada por uma série de batidas e conflitos quase diários com grupos militantes nas cidades de Nablus e Jenin na Cisjordânia.
Os protestos de quarta-feira começaram no momento em que forças de segurança procuram o assassino de um soldado de 18 anos que foi baleado enquanto trabalhava em um ponto de checagem dentro do campo de refugiados Shuafat, área com construções na periferia norte de Jerusalém que abriga cerca de 60 mil pessoas.
A área está bloqueada há dias, com a polícia impondo rígidas checagens a veículos e vasculhando ruas e casas em busca do atirador.
Na quarta-feira, longas filas de carros foram formadas em pontos de checagem para deixar a área, enquanto grupos de jovens atiravam pedras contra a polícia e ateavam fogo em contêineres de lixo, levantando nuvens de fumaça preta.
Conflitos também eclodiram em cidades ao redor da Cisjordânia, como Belém e Nablus, onde forças de segurança bloquearam estradas na direção da cidade.
Ao redor de Hebron, tropas israelenses abriram fogo contra uma multidão que atirava pedras em carros na estrada, acertando pelo menos uma pessoa. O ministério palestino da saúde disse que uma pessoa de 18 anos morreu após ser atingida no abdômen.
Na terça-feira, um segundo soldado israelense foi morto perto de um assentamento judeu entre Jenin e Nablus.
Muitas lojas em Jerusalém Oriental e partes da Cisjordânia foram fechadas na quarta-feira em sinal de protesto. Escolas também disseram aos alunos para ficarem em casa.
"A greve é em solidariedade ao campo de refugiados Shuafat e a como estão lidando com a situação", disse o morador de Jerusalém Khaled Alqam. "Parece que será o começo de (uma campanha) de desobediência civil e vamos torcer pelo melhor".