Por Rod Nickel
WINNIPEG, Canadá (Reuters) - O Canadá vai doar uma pequena quantidade de uma vacina experimental contra o Ebola desenvolvida em seu laboratório estatal à Organização Mundial de Saúde (OMS) para uso na África, afirmou o Ministério da Saúde nesta terça-feira.
A decisão de doar a vacina foi tomada depois que a OMS disse nesta terça-feira que era ético oferecer medicamentos não testados para pessoas infectadas pelo vírus.
O governo canadense vai doar entre 800 a 1.000 doses da vacina, com o número final dependendo da quantidade que Canadá reterá para pesquisa e ensaios clínicos. O governo também vai manter um pequeno volume caso seja necessário usar no mercado interno.
A ministra da Saúde, Rona Ambrose, disse que ofereceu a vacina à diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Os EUA também trabalham em uma vacina, e a OMS e os governos envolvidos discutem o possível uso na África, disse à Reuters o vice-chefe de saúde pública da Agência de Saúde Pública do Canadá, Greg Taylor, em uma entrevista antes do anúncio canadense.
O Canadá tem apenas cerca de 1.500 doses da vacina para animais, que inventou há alguns anos, e precisaria de quatro a seis meses para produzir uma grande quantidade, disse. A vacina do governo é um produto separado do tratamento que está sendo desenvolvido pela farmacêutica canadense Tekmira Pharmaceuticals.
"Vemos isso como um recurso global, algo que temos de colocar sobre a mesa global para dizer... como podemos fazer melhor uso desse recurso? Estamos tentando fazer isso o mais rápido possível", disse Taylor, falando de Ottawa.
O surto de Ebola é o maior e mais mortal do mundo. Até o momento, 1.013 pessoas morreram, a grande maioria em Guiné, Libéria e Serra Leoa.
A vacina canadense, que a agência licenciou para comercialização à empresa norte-americana BioProtection Systems, uma unidade da Newlink Genetics, provou ser eficaz em animais, mas nunca foi testada em seres humanos, disse Taylor.
Na semana passada, a NewLink afirmou que a BioProtection tem um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos para que sejam realizados estudos a fim de desenvolver testes da vacina em humanos.
(Reportagem adicional de Sharon Begley, em Nova York)