Por Roberta Rampton e Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca alertou nesta sexta-feira a Rússia e outros países que apoiam o presidente Nicolás Maduro a não enviarem tropas e equipamento militar à Venezuela, dizendo que os Estados Unidos veriam tais ações como uma "ameaça direta" à segurança da região.
O alerta veio depois que dois aviões da Força Aérea russa pousaram nos arredores de Caracas no sábado – acredita-se que eles transportavam quase 100 agentes das forças especiais e pessoal de cibersegurança.
No início desta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que "a Rússia tem que sair" da Venezuela. Seu conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, emitiu um segundo alerta nesta sexta-feira com um comunicado formal de palavreado contundente.
"Alertamos fortemente elementos externos ao Hemisfério Ocidental contra a mobilização de ativos militares na Venezuela, ou em outras partes do Hemisfério, com a intenção de estabelecer ou expandir operações militares", disse.
"Consideraremos tais ações provocativas como uma ameaça direta à paz internacional e à segurança da região. Continuaremos a defender e proteger os interesses dos Estados Unidos, e aqueles de nossos parceiros no Hemisfério Ocidental".
Os EUA e a maioria dos outros países ocidentais apoiam o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que invocou a Constituição para assumir uma presidência interina em janeiro, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima.
Rússia e China apoiam Maduro, que disse que Guaidó é um fantoche de Washington.
A Rússia disse ter enviado "especialistas" à Venezuela sob um acordo de cooperação militar, mas insistiu que eles não representam nenhuma ameaça à estabilidade regional, refutando a repreensão de Trump.
Na quarta-feira, Trump disse que "todas as opções" são cogitadas para obrigar a Rússia a retirar seus soldados da Venezuela.
Bolton criticou Maduro por recorrer a um apoio militar estrangeiro para se manter no poder, dizendo que isso "perpetuará a crise econômica que destruiu a economia da Venezuela; e colocará em perigo a estabilidade regional".
Maduro mantém o controle de entidades estatais e dos militares. Nesta sexta-feira, Bolton também enviou um tuíte ao ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, exortando-o a deixar de apoiar Maduro.
(Por Roberta Rampton e Tim (SA:TIMP3) Ahmann em Washington)