Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - Os catalães vão às urnas no domingo em uma eleição regional que pode determinar a estabilidade do governo liderado pelos socialistas na Espanha e também medir a força de um movimento pró-independência que tem agitado o país há uma década.
A eleição de um governo liderado pelo Partido Socialista Operário Espanhol, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, na Catalunha, após uma década de governos separatistas, daria início a uma nova era, disse o cientista político Toni Rodon.
"Se os separatistas perderem sua maioria absoluta no Parlamento, isso representaria definitivamente uma mudança de ciclo", disse Rodon. "Se isso é temporário ou de longo prazo, veremos."
Mas uma vitória do partido Junts reforçaria a causa separatista e criaria mais dificuldades para Madri. O candidato do Junts é Carles Puigdemont, que foi líder da Catalunha durante uma tentativa malfadada de separar a região da Espanha em 2017, e tem prometido ressuscitar o esforço pela independência.
Desde que assumiu o segundo mandato em novembro do ano passado, Sánchez tem se apoiado em uma frágil aliança com os separatistas para aprovar legislações no Parlamento, provocando a ira dos conservadores.
Puigdemont, que foi indiciado na Espanha por conta da tentativa fracassada de independência e que vive em autoexílio, mas que deve voltar para o país em breve graças a uma anistia esperada, tem alertado que o Junts pode retirar seu apoio ao premiê se o próximo governo catalão for um que ele não possa aceitar.
As pesquisas de opinião preveem uma liderança confortável para o candidato socialista Salvador Illa na eleição, à frente do Junts e de seu rival mais moderado, a Esquerda Republicana da Catalunia (ERC), que atualmente governa a região.
Os socialistas devem ganhar 40 assentos, com o Junts obtendo 34 assentos e a ERC 26 assentos, de acordo com uma pesquisa de opinião do jornal El País.
Mas algumas pesquisas também mostram que cerca de 40% dos eleitores estão indecisos, portanto, qualquer resultado é possível.
Illa tem concentrado sua campanha em promessas de reavivar a economia da região, que, desde a campanha de independência, ficou atrás de Madri.
"A Catalunha tem tido um desempenho muito abaixo de suas capacidades nos últimos 10 anos", disse Illa nesta semana em um debate televisionado, afirmando que desenvolveria energia limpa.