Por Suleiman Al-Khalidi
BEIRUTE (Reuters) - Vários ônibus retiraram centenas de combatentes e civis de duas áreas sitiadas na Síria nesta segunda-feira, sob um acordo entre as partes em conflito apoiado pela Organização das Nações Unidas, disseram trabalhadores humanitários e fontes que acompanham a operação.
Pelo menos 130 combatentes rebeldes, na maioria feridos, deixaram a cidade de Zabadani rumo à fronteira com o Líbano, nas proximidades, ao mesmo tempo em que 350 combatentes e civis de cidades xiitas pró-governo sitiadas no noroeste da Síria se dirigiram à fronteira com a Turquia.
Sob o acordo, os combatentes do grupo islâmico Ahrar al-Sham e outras facções rebeldes sírias locais entrincheirados em Zabadani por meses tiveram uma passagem segura para o aeroporto de Beirute e, depois, para a Turquia.
Ao mesmo tempo, as famílias e os combatentes em duas cidades xiitas sitiadas na província de idlib, no noroeste da Síria, que está na maior parte sob controle rebelde, estavam indo para a Turquia e, em seguida, tomariam um avião para Beirute.
Trabalhadores humanitários e combatentes rebeldes ajudaram a levar vários jovens em cadeiras de rodas para ambulâncias em uma praça em Zabadani, disse uma testemunha à Reuters.
A cidade, que já foi uma popular estância turística, a noroeste da capital, Damasco, era um dos últimos redutos dos rebeldes ao longo da fronteira. Antes da eclosão do conflito sírio, em 2011, Zabadani fazia parte de uma rota de abastecimento de armas enviadas pela Síria ao grupo militante xiita libanês Hezbollah.
Grande parte da cidade foi devastada em uma grande ofensiva lançada em julho contra os insurgentes pelo Exército sírio e seus aliados do Hezbollah.
Por sua vez, grupos insurgentes lançaram ataques contra as duas aldeias xiitas na província de Idlib, uma área na fronteira com a Turquia que está na maior parte sob controle dos rebeldes, após uma série de avanços contra o Exército sírio este ano.
As Nações Unidas e governos estrangeiros têm tentado intermediar acordos de cessar-fogo locais e passagens seguras, como um primeiro passo em direção ao objetivo mais amplo de pôr fim à guerra civil, que já dura quase seis anos e matou mais de 250.000 pessoas.