LONDRES (Reuters) - Centenas de milhares de opositores à saída do Reino Unido da União Europeia marcharam pelo centro de Londres neste sábado para exigir um novo referendo, ante a ameaça de queda da primeira-ministra Theresa May devido ao aprofundamento da crise em torno do Brexit.
Os manifestantes se reuniram no centro de Londres com cartazes em que se liam “o melhor acordo é nenhum Brexit” e “demandamos uma Votação Popular”, no que os organizadores disseram ser provavelmente o maior protesto contra o Brexit já realizado.
Após três anos de um árduo debate, ainda é incerto como, quando e até mesmo se o Brexit ocorrerá, enquanto May tenta costurar um plano de saída para a pior crise política em ao menos uma geração.
May indicou na sexta-feira que pode não levar seu acordo de divórcio com a UE, já derrotado duas vezes, para nova votação no parlamento, deixando aberta uma crise. Os jornais The Times e The Daily Telegraph noticiaram que cresce a pressão pela renúncia de May.
“Eu me sentiria diferente se esse fosse um processo bem administrado e se o governo estivesse tomando decisões sensatas. Mas é um completo caos”, disse à Reuters Gareth Rae, de 59 anos, que viajou desde Bristol para ir ao protesto.
“O país vai ficar dividido não importa o que aconteça, e é pior ficar dividido em torno de uma mentira.”
Enquanto o país e seus políticos se dividem sobre o Brexit, a maioria concorda que se trata da decisão estratégica mais importante já enfrentada pelo Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.
Manifestantes pró-Europa se juntaram em torno do Marble Arch, no Hyde Park, em torno do meio-dia para uma marcha em prol de um novo referendo. De lá, eles seguiram para o gabinete da primeira-ministra, em Downing Street, encerrando a caminhada em frente ao parlamento.
Não há estimativa oficial de participantes, mas segundo os organizadores do protesto centenas de milhares de pessoas se juntaram à multidão no início da caminhada.
Os responsáveis disseram estar confiantes de que o número de manifestantes superará o de uma manifestação semelhante ocorrida em outubro, quando cerca de 700 mil pessoas compareceram, segundo os organizadores.
(Por Andrew MacAskill e Alistair Smout)