(Reuters) - Centenas de mórmons devem enviar cartas renunciando a sua fé depois de uma manifestação em Salt Lake City, nos Estados Unidos, neste sábado para protestar contra uma nova política da igreja que classifica pessoas do mesmo sexo casadas de apóstatas e barra os seus filhos de serem batizados.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias há muito se opõe a casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas irritou alguns dos seus integrantes com uma nova diretriz sobre como lidaria com famílias mórmons lideradas por gays casados.
A política, aprovada na semana passada por líderes da igreja que diz ter mais de 15 milhões de fiéis em todo o mundo, acrescentou o casamento entre pessoas do mesmo sexo na lista de atos considerados uma renúncia da fé e, dessa forma, sujeitos a medidas disciplinares da igreja, incluindo excomunhão.
A política também proíbe filhos naturais ou adotados de casais gays de serem batizados até completarem 18 anos, deixarem a casa dos pais e repudiarem o casamento ou coabitação entre pessoas do mesmo sexo.
Líderes da igreja comentaram a política na sexta-feira, dizendo que a restrição ao batismo se aplicaria somente a crianças cujo local de residência principal seja com um casal do mesmo sexo.
Pelo menos 750 manifestantes vão se reunir na tarde deste sábado num parque em Salt Lake City, área da sede da igreja, disse a organizadora Lauren Elise McNamara na sexta-feira.
A maioria deles vai de forma coletiva enviar cartas de renúncia do local, enquanto centenas de outros devem mandar as suas cartas de outros locais, disse ela.
Pelo fato de a renúncia da igreja ser um processo complicado, um advogado acompanhará para ajudar na burocracia, disse Lauren McNamara.
(Reportagem de Alex Dobuzinskis em Los Angeles)