GAZA (Reuters) - Uma trégua mediada pelo Egito encerrou uma onda de ataques aéreos e disparos de morteiros entre Israel e Gaza, embora as fronteiras permanecessem tensas enquanto milhares de moradores de Gaza se reuniram para protestos que já resultaram na morte de dois palestinos e em dezenas de feridos.
Depois de uma noite tranquila, sem morteiros caindo em Israel ou ataques aéreos a Gaza, moradores do sul de Israel, que passaram os últimos dois dias em abrigos antimísseis, foram informados de que poderiam voltar às suas rotinas normais.
Em Gaza, multidões de palestinos retomaram protestos contra Israel. Imagens da Reuters TV mostraram colunas de fumaça em uma área da fronteira onde palestinos atearam fogo em pneus, e soldados israelenses atirando bombas de gás lacrimogêneo.
Tropas israelenses mataram dois palestinos e feriram cerca de 240 outros, afirmaram autoridades de Saúde palestinas.
O Exército Israelense disse que os manifestantes atiraram pedras, explosivos e coquetéis molotov em soldados e na cerca da fronteira. Os soldados "responderam com meios para dispersar protestos e abriram fogo, de acordo com o procedimento de operação padrão", disse uma porta-voz.
Um tanque também disparou contra uma base do Hamas, disse o Exército.
Desde que os protestos começaram em 30 de março, o Exército israelense matou 159 palestinos, e um soldado israelense foi morto por um franco-atirador de Gaza.
Ainda assim, a trégua mais ampla promovida na sexta-feira após uma escalada de dois dias no conflito, quando o grupo militante Hamas disparou dezenas de morteiros, incluindo um míssil de longo alcance que atingiu o interior do território israelense, e aeronaves israelenses atingiram mais de 150 alvos em Gaza.
Uma mulher palestina grávida e seu filho de 18 meses foram mortos em ataques de Israel, assim como um militante do Hamas. Sete pessoas ficaram feridas por morteiros palestinos que atingiram Israel.
Israel e Egito, que citaram preocupações de Segurança, mantêm um bloqueio à Gaza, uma estreita faixa de terra habitada por dois milhões de palestinos, e que reduziu sua economia a um estado de colapso.
Uma alta autoridade egípcia disse que o Cairo estava trabalhando para assegurar um acordo amplo entre Israel e o Hamas, começando com um cessar fogo e incluindo melhoras econômicas posteriormente.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Ari Rabinovitch e Redação no Cairo)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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