PEQUIM (Reuters) - O principal diplomata da China, Wang Yi, inicia nesta segunda-feira uma viagem de quatro dias à Rússia, durante a qual se espera que os dois países exibam uma confiança política mútua mais profunda, preparando-se para uma possível visita histórica do presidente Vladimir Putin a Pequim em outubro.
Wang, que chefia o Ministério das Relações Exteriores, bem como o escritório de relações exteriores do Partido Comunista, se reunirá com o secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev, para conversas anuais sobre segurança, informou o ministério em um comunicado.
As conversas do diplomata veterano com seu colega Sergei Lavrov abrangerão uma "ampla gama de questões", incluindo "contatos em níveis mais altos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia na semana passada.
Espera-se que Wang estabeleça as bases para a visita de Putin à capital chinesa para o terceiro Fórum da Nova Rota da Seda, após um convite do presidente Xi Jinping durante uma visita de alto nível a Moscou em março.
Putin participou dos dois primeiros fóruns em 2017 e 2019.
Mas não se sabe se ele já viajou para o exterior desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra ele por deportar ilegalmente centenas de crianças ucranianas.
Em 1º de setembro, Putin disse que esperava se encontrar com Xi em breve, mas não confirmou explicitamente que viajaria para a China novamente.
O mandado, emitido poucos dias antes da visita de Xi à Rússia, obriga os 123 Estados membros do tribunal a prender Putin e transferi-lo para Haia para julgamento se ele entrar em seu território.
No entanto, a China não é signatária do Estatuto de Roma que levou à criação do TPI em 2002.
A visita também incluirá uma troca detalhada de opiniões sobre questões como a Ucrânia, disse a porta-voz do ministério russo, Maria Zakharova, na semana passada.
Wang visitou a Rússia pela última vez em fevereiro, na véspera do aniversário de um ano da invasão russa na Ucrânia, alarmando os Estados Unidos, que acusaram os dois países na época de compartilhar uma visão na qual "as fronteiras poderiam ser redesenhadas pela força".
(Por Ryan Woo)