Por Jack Queen e Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - O chefão mexicano Ismael "El Mayo" Zambada se declarou inocente de acusações de tráfico de drogas nesta sexta-feira no mesmo tribunal novaiorquino que o cofundador do cartel de Sinaloa, Joaquin "El Chapo" Guzman, foi condenado cinco anos atrás.
Zambada respondeu às 17 acusações criminais que ele enfrenta, que incluem lavagem de dinheiro e armas ilegais, em uma audiência perante o juiz James Cho no Brooklyn.
Cho ordenou que Zambada, 76, ficasse preso até o julgamento.O promotor Francisco Navarro classificou Zambada como "um dos mais, senão o mais, poderoso chefão de narcóticos do mundo".
"Uma cela nos Estados Unidos é a única coisa que vai evitar que o acusado cometa novos crimes e garanta o seu retorno ao tribunal", disse Navarro na audiência.
O advogado de defesa Frank Perez não fez objeção ao pedido da promotoria de mandar Zambada para a cadeia.
Usando uma camisa cinza de manga curta, Zambada só respondeu com ‘sim’ e ‘não’ as perguntas do juiz usando um tradutor.Ele foi preso em 25 de julho em um aeroporto no Novo México junto com um dos filhos de Guzman, Joaquin Guzman Lopez, em uma grande vitória das forças da lei dos EUA.
Zambada foi levado para El Paso, no Texas, onde alegou inocência perante um tribunal federal em acusação criminal separada de tráfico de drogas.
A juíza distrital dos EUA, Kathleen Cardone, o transferiu na semana passada para o Brooklyn depois que o Departamento de Justiça dos EUA requisitou que ele seja julgado lá primeiro.
Zambada estava em uma cadeira de rodas na primeira vez que apareceu perante a um tribunal em El Paso, mas chegou andando sozinho na sexta-feira.
"Sua saúde é muito boa", disse Perez a repórteres depois da audiência.
O caso do Brooklyn começou em 2009 e inclui alegações relacionadas ao tráfico de fentanil, opióide sintético que alimenta a epidemia nos EUA. Zambada retorna ao tribunal em 31 de outubro.