PEQUIM (Reuters) - A chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, visitará a China na próxima semana, disse o Ministério das Relações Exteriores nesta sexta-feira, fazendo a primeira visita desse tipo desde 2005 e provocando temores entre grupos de direitos humanos ocidentais de que será vista como um endosso ao histórico de direitos da China.
O escritório do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos informou nesta semana que a viagem incluiria uma visita ao extremo oeste de Xinjiang, onde o escritório acredita que os uigures foram ilegalmente detidos, maltratados e forçados a trabalhar.
A China nega as alegações ocidentais de trabalho forçado e genocídio contra os uigures e alertou outros países para não interferirem nos assuntos internos da China ao criticar suas ações em Xinjiang.
A Human Rights Watch disse nesta sexta-feira que ela e outros grupos de direitos humanos expressaram preocupação de que o governo chinês "manipule a visita como um truque de relações públicas".
Bachelet também visitará a cidade de Guangzhou, no sul da China, mas não irá a Pequim por causa da pandemia de Covid-19, informou o escritório.
Ela visitará a China de 23 a 28 de maio, sendo a primeira alta comissária da ONU para os Direitos Humanos a visitar a China desde Louise Arbor em 2005.
(Por Yew Lun Tian, reportagem adicional de Emma Farge em Genebra)