PEQUIM (Reuters) - Estados Unidos e China mantiveram conversações de comando em nível de teatro militar pela primeira vez, nesta terça-feira, segundo as autoridades chinesas, em meio a esforços para estabilizar os laços militares e evitar mal-entendidos, especialmente em pontos críticos regionais, como o Mar do Sul da China.
Washington busca abrir novos canais de comunicação militar regular com Pequim desde que os laços caíram a um nível historicamente baixo depois que os Estados Unidos derrubaram um suposto balão de vigilância chinês no ano passado.
O almirante Sam Paparo, chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, realizou uma chamada telefônica por vídeo com seu colega Wu Yanan, do Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular (ELP).
As áreas de responsabilidade do Comando Indo-Pacífico dos EUA incluem o Mar do Sul da China e o Estreito de Taiwan, dois pontos de tensão regional que também são pontos de conflito nos laços bilaterais entre os EUA e a China.
Os dois lados tiveram uma "profunda troca de opiniões sobre questões de interesse comum", disse o Ministério da Defesa chinês em um comunicado.
Paparo exortou o ELP a "reconsiderar o uso de táticas perigosas, coercitivas e potencialmente escalatórias no Mar do Sul da China e além", disse o Comando do Indo-Pacífico em um comunicado que descreveu o intercâmbio como "construtivo e respeitoso".
Ele também enfatizou a importância de conversas contínuas para esclarecer a intenção e reduzir o risco de percepção errônea ou erro de cálculo.
O telefonema ocorreu após uma reunião em Pequim, no mês passado, entre o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, e o principal conselheiro militar do líder chinês Xi Jinping, na qual as conversas foram acertadas.
Tropas norte-americanas e chinesas também participaram de exercícios militares de larga escala liderados pelas Forças Armadas brasileiras nesta semana na cidade de Formosa, no Estado de Goiás.
Nesta semana, os Estados Unidos planejam enviar uma autoridade sênior do Pentágono para um importante fórum de segurança na China.
(Reportagem de Laurie Chen e Ryan Woo em Pequim, Farah Master em Hong Kong)