Por Aislinn Laing
(Reuters) - O ministro do Interior do Chile criticou nesta quarta-feira as autoridades francesas por oferecerem asilo a um ex-rebelde de esquerda chileno, chamando de "erro" ligar um assassinato cometido por ele ao momento político da ditadura militar de Augusto Pinochet.
Andrés Chadwick afirmou que o assassino condenado Ricardo Palma Salamanca deveria voltar ao Chile, acrescentando que "não há ligação" entre o assassinato cometido em 1991 do senador Jaime Guzmán, um ex-companheiro político de Pinochet, e a ditadura encerrada em 1990.
"Os crimes cometidos por Ricardo Palma Salamanca e seu julgamento e condenação aconteceram uma vez que a ordem democrática já havia sido restabelecida no Chile", disse Chadwick. "Estamos falando sobre ataques terroristas graves, que aconteceram na era democrática".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França Olivier Gauvin disse na terça-feira que o gabinete francês para a Proteção de Refugiados havia na semana passada oferecido asilo a Palma Salamanca depois de avaliar a situação política no Chile à época do assassinato de Guzmán.
"O caso de Ricardo Palma Salamanca é relacionado à história do Chile sob a ditadura de Augusto Pinochet", disse Galvin.
O assassinato aconteceu quando Pinochet, que moveu um golpe violento contra o governo esquerdista de Salvador Allende em 1973, já havia renunciado após um plebiscito popular. Ele ainda continuou na direção das Forças Armadas, entretanto.
Guzmán, ex-conselheiro do general do Exército, fundou o partido de extrema-direita União Democrática Independente (UDI) e continuou sendo uma figura influente.