PEQUIM (Reuters) - A China abriu uma investigação sobre o ex-chefe de segurança interna Zhou Yongkang, um dos políticos mais poderosos da década passada e suspeito de corrupção, disse a mídia estatal nesta terça-feira, no que pode se tornar um dos piores escândalos do país.
O Partido Comunista decidiu investigar Zhou por suspeitas de "sérias violações disciplinares", disse a agência de notícias estatal Xinhua em um breve comunicado, no qual usou o eufemismo usual para se referir à corrupção.
A investigação será conduzida pelo órgão anticorrupção do partido, o Comitê Central de Inspeção Disciplinar, e a decisão foi tomada em conformidade com as regras constitucionais e anticorrupção do partido, acrescentou a Xinhua, sem dar mais detalhes.
Zhou, de 71 anos, é o mais graduado político chinês a ser relacionado em um caso de corrupção desde que o Partido Comunista assumiu o poder em 1949.
A Reuters noticiou em dezembro que Zhou foi colocado sob virtual prisão domiciliar enquanto o partido investigava as denúncias de corrupção contra ele.
Zhou foi membro do Comitê Permanente do Politburo da China --a cúpula do poder no país-- e possuía um imenso poder no cargo como o todo-poderoso da segurança. Ele se aposentou em 2012.
Durante seu mandato de cinco anos como chefe de segurança, Zhou era responsável pelas forças policiais, o aparato civil de inteligência, a polícia paramilitar, além de juízes e procuradores. O orçamento de segurança interna chegou a ser maior do que os gastos em defesa.
Mas Zhou se tornou poderoso demais e foi rebaixado durante uma mudança total na liderança do partido em 2012.
Em 2012, surgiram rumores de que Zhou teria hesitado em tomar medidas contra Bo Xilai, antigo candidato a líder do partido, que caiu em desgraça após um escândalo surgido depois de denúncias de que sua mulher havia assassinado um executivo britânico.
Ao ordenar a investigação, o atual presidente chinês, Xi Jinping, quebrou uma regra não escrita, pela qual se entendia que ex-membros do Politburo não seriam investigados após a aposentadoria.
Zhou não pôde ser localizado para comentar. Não ficou claro se ele está está sendo representado por um advogado.
(Reportagem da Redação de Pequim)