WASHINGTON (Reuters) - A China deve oferecer algum apoio à economia da Rússia, durante a invasão da Ucrânia pelo governo de Moscou, mas vai ter que "dançar" para manter os laços econômicos com a Europa e os Estados Unidos, afirmou uma autoridade sênior da Casa Branca nesta sexta-feira.
Os Estados Unidos alertam para consequências significativas se Pequim oferecer apoio material à Rússia para a guerra na Ucrânia, ou oferecer algum tipo de cabo salva-vidas para Moscou diante das sanções de grande escala aplicadas pelo Ocidente.
Mira Rapp-Hooper, diretora do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca para a região indo-pacífica, disse em uma discussão em um painel online que traçar uma divisão entre Rússia e China é mais fácil na teoria do que na prática, mas que Pequim continuaria desconfortável com a guerra movida pelo presidente russo Vladimir Putin.
"É improvável, eu acho, vermos Pequim e Moscou unidos publicamente, com a China totalmente confortável sendo que está sendo sobrecarregada com o fardo da guerra brutal e mal-gerada de Putin", disse Rapp Hooper.
"Isso é para dizer que provavelmente iremos continuar vendo um certo volume de apoio chinês à economia russa, mas uma dança na qual Pequim tenta manter seus laços econômicos com a União Europeia especialmente, mas também com os Estados Unidos", afirmou.
Em fevereiro, China e Rússia declararam uma parceria "sem limites", com uma promessa de colaborar mais contra o Ocidente.
Mas os governos ocidentais estão isolando a economia da Rússia do sistema financeiro global, fazendo empresas internacionais suspenderem vendas, cortarem laços e jogarem fora bilhões de dólares em investimentos.
A China expressou repetidamente sua oposição às sanções, chamando-as de ineficientes e insistindo que irá manter trocas econômicas e comerciais normais com a Rússia.
(Reportagem de Michael Martina e David Brunnstrom)