PEQUIM (Reuters) - A China está prestes a anunciar seu primeiro declínio populacional em cinco décadas após um censo feito uma vez a cada 10 anos, noticiou o jornal Financial Times, citando fontes a par do assunto.
Uma redução populacional aumentará a pressão para Pequim adotar medidas para incentivar os casais a terem mais filhos e evitar um declínio irreversível.
A Agência Nacional de Estatísticas, que deve divulgar os resultados do censo realizado no final do ano passado no início de maio, não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters.
A cifra populacional é um tema muito delicado e não será publicada até que departamentos do governo cheguem a um consenso sobre os dados e suas implicações, acrescentou o FT na terça-feira citando suas fontes.
"Se a China confirmar tal declínio, seria uma grande coisa", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Shenzhen.
"O consenso acredita que a população da China terá um pico em 2027, com base na projeção feita pelas Nações Unidas. Isto seria muito antes do que o mercado e os formuladores de políticas esperavam."
Não se deu nenhuma explicação para o adiamento do anúncio do resultado, mas a agência disse neste mês que mais trabalho preparatório é necessário.
Nos últimos meses, a mídia estatal chinesa disse que a população pode começar a encolher nos próximos anos. Em 2016, a China abandonou a política de filho único que durava décadas na esperança de aumentar o número de bebês, substituindo-a por uma política de dois filhos.
(Por Ryan Woo; reportagem adicional de Kevin Yao)