Por Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) - A China "aperfeiçoará" a maneira como a liderança de Hong Kong é escolhida e substituída, e não tolerará separatismo ou ameaças à segurança nacional no território, disse uma autoridade chinesa nesta sexta-feira após uma reunião do alto escalão.
Os últimos cinco meses de protestos antigoverno na ex-colônia britânica representam o maior desafio popular ao governo do presidente chinês, Xi Jinping, desde que este assumiu o poder, no final de 2012.
Na quinta-feira, o Partido Comunista prometeu garantir a estabilidade de Hong Kong após uma reunião de quatro dias a portas fechadas dos líderes mais graduados da sigla governista em Pequim, sinalizando sua importância para o partido obcecado com a estabilidade.
O que começou como uma oposição a um projeto de lei de extradição já descartado tomou as dimensões de um movimento pró-democracia contra o que é visto como um endurecimento do controle chinês sobre o polo financeiro asiático.
Manifestantes dizem que Pequim está minando a fórmula "um país, dois sistemas" prometida quando Hong Kong foi devolvida à China em 1997, garantindo liberdades inexistentes na China continental.
Falando aos repórteres após a conclusão da sessão plenária, a autoridade parlamentar Shen Chunyao disse que "é claro" que Hong Kong foi um tópico importante do encontro, que reúne cerca de 370 autoridades, de Xi para baixo.
Na sessão plenária se enfatizou que "um país" é o fundamento de "dois sistemas" e que o partido apoiará os governos das Regiões Administrativas Especiais – que incluem Macau – para fortalecer seus esforços de cumprimento da lei, disse Shen, chefe do Comitê da Lei Básica do comitê permanente do Parlamento.
A Lei Básica é a mini-Constituição de Hong Kong e governa suas relações com Pequim.
Na sessão plenária se decidiu "aperfeiçoar" o sistema de escolha e substituição dos líderes de Hong Kong e Macau e outras autoridades de alto escalão destes locais, disse ele, sem dar detalhes.
Os quatro executivos-chefes pós-devolução de Hong Kong foram escolhidos por um pequeno comitê eleitoral repleto de nomes leais a Pequim. A Lei Básica determina que o "objetivo último" é a seleção da liderança por "sufrágio universal através da indicação de um comitê de indicação amplamente representativo".
A China disse várias vezes que apoia a executiva-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, e seu governo.