PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos não têm o direito de se envolver em problemas entre a China e as Filipinas, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quinta-feira, à medida que as tensões aumentam devido aos conflitos nas águas disputadas do Mar do Sul da China.
"Os EUA não são parte da questão do Mar do Sul da China, não têm o direito de se envolver em um problema entre a China e as Filipinas", disse a porta-voz do ministério, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa regular, quando perguntada sobre o fato de os EUA terem dito que defenderão as Filipinas.
A China e as Filipinas têm tido vários confrontos de alto nível no Mar do Sul da China, principalmente nas águas disputadas em torno do Second Thomas Shoal, parte das Ilhas Spratly.
No último domingo, uma embarcação chinesa colidiu com um barco filipino, e Manila condenou "com veemência" as "manobras de bloqueio perigosas" da embarcação.
"A promessa dos EUA de defender as Filipinas não deve prejudicar a soberania e os interesses marítimos da China no Mar do Sul da China, e também não deve permitir e incentivar as reivindicações ilegais das Filipinas", disse Mao.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores das Filipinas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quarta-feira que o compromisso de seu país com a defesa das Filipinas permanece "firme como ferro", após acusar a China de agir de forma "perigosa e ilegal" na região.
"Qualquer ataque às aeronaves, embarcações ou Forças Armadas filipinas invocará... nosso Tratado de Defesa Mútua com as Filipinas", disse Biden em comentários durante uma reunião conjunta com o primeiro-ministro da Austrália.
Os EUA e as Filipinas concordaram recentemente com novas diretrizes para seu Tratado de Defesa Mútua de 1951. As diretrizes agora mencionam especificamente que os compromissos de defesa mútua seriam invocados se houvesse um ataque armado a qualquer um dos países "em qualquer lugar do Mar do Sul da China".
(Por Eduardo Baptista e Bernard Orr)