Por Laurie Chen
QINGDAO, China (Reuters) - A China continua comprometida com a resolução de suas disputas marítimas por meio do diálogo, mas não permitirá que seja "abusada", disse uma autoridade militar chinesa em uma reunião de oficiais navais estrangeiros na cidade portuária de Qingdao nesta segunda-feira.
O mar não deve ser uma arena onde os países possam flexionar seus "músculos de canhão", acrescentou Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central e a segunda mais importante autoridade militar da China.
"A realidade tem mostrado que aqueles que fazem provocações deliberadas, alimentam tensões ou apoiam um lado contra o outro para obter ganhos egoístas acabarão prejudicando apenas a si mesmos", disse Zhang durante a cerimônia de abertura do Simpósio Naval do Pacífico Ocidental.
Os comentários foram uma aparente referência às crescentes tensões no Mar do Sul da China, onde as Filipinas, aliada dos Estados Unidos, está em um impasse com Pequim sobre a hidrovia estratégica, um possível ponto crítico para as relações entre EUA e China.
Zhang também disse aos delegados reunidos que "a realização de contenção marítima, cerco e bloqueios de ilhas só mergulhará o mundo em um vórtice de divisão e turbulência."
O evento ocorre ao mesmo tempo em que EUA e Filipinas realizam seus exercícios militares conjuntos anuais, que começam nesta segunda-feira e serão realizados fora das águas territoriais das Filipinas pela primeira vez.
As tensões são particularmente altas em torno do Second Thomas Shoal no Mar do Sul da China, onde Manila tem acusado Pequim de "assédio", incluindo o uso de canhões de água contra embarcações filipinas.
O simpósio é uma rara oportunidade para que países com interesses regionais opostos troquem opiniões. O Comandante da Frota do Pacífico, almirante Stephen Koehler, está participando pelos EUA. Outras delegações incluem Austrália, França, Índia, Rússia e Reino Unido.
As Filipinas não compareceram, apesar de serem um país membro do fórum.