RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Uma cidadã com dupla nacionalidade de Estados Unidos e Turquia que participava de um protesto contra a expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada morreu nesta sexta-feira depois de ser baleada na cabeça por soldados israelenses, informou a agência de notícias oficial palestina WAFA.
O Departamento de Estado dos EUA e o Ministério das Relações Exteriores da Turquia confirmaram a morte de Aysenur Ezgi Eygi. O ministério turco disse que ela foi morta por soldados israelenses e descreveu o incidente como um "assassinato realizado pelo governo Netanyahu".
As Forças Armadas israelenses informaram que estavam investigando "relatos de que uma estrangeira foi morta como resultado de tiros disparados na área. Os detalhes do incidente e as circunstâncias em que ela foi atingida estão sob revisão".
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Matthew Miller disse: "Estamos cientes da morte trágica de uma cidadã americana, Aysenur Eygi, hoje na Cisjordânia. Oferecemos nossas mais profundas condolências à sua família e entes queridos".
Miller acrescentou: "Estamos reunindo urgentemente mais informações sobre as circunstâncias de sua morte e teremos mais a dizer à medida que soubermos mais. Não temos prioridade maior do que a segurança dos cidadãos americanos."
Fouad Nafaa, diretor do Hospital Rafidia em Nablus, disse à Reuters que a mulher chegou ao hospital em estado muito crítico, com um grave ferimento na cabeça.
"Tentamos realizar uma operação de reanimação nela, mas infelizmente ela morreu", afirmou ele.
A WAFA disse que o incidente ocorreu durante uma marcha de protesto regular de ativistas em Beita, uma cidade próxima à cidade de Nablus que tem sofrido repetidos ataques de colonos.
"Israel está tentando intimidar todos aqueles que vêm em auxílio do povo palestino e que lutam pacificamente contra o genocídio. Essa política de violência não vai funcionar", disse o Ministério das Relações Exteriores turco em nota.
O aumento dos ataques violentos de colonos israelenses em vilarejos palestinos na Cisjordânia causou ira crescente entre os aliados ocidentais de Israel, incluindo os Estados Unidos, que impuseram sanções a vários indivíduos.
O incidente de sexta-feira ocorre algumas semanas depois que cerca de 100 colonos atacaram o vilarejo de Jit, no norte da Cisjordânia, atraindo a condenação mundial e a promessa do governo de tomar medidas rápidas contra qualquer pessoa considerada culpada de violência.
Palestinos e grupos de direitos humanos acusam regularmente as forças israelenses de ficarem paradas enquanto os ataques ocorrem e até mesmo de participarem deles.
(Reportagem de Ali Sawafta em Ramallah e Humeyra Pamuk em Washington)