CIDADE DO MÉXICO/SANTIAGO (Reuters) - De Buenos Aires à Cidade do México, mulheres ao redor das maiores cidades da América Latina foram às ruas no Dia Internacional da Mulher, neste domingo, estimuladas por crescentes demandas em relação à desigualdade, feminicídio e rígido controle de abortos.
À medida que eventos do Dia das Mulheres se desenvolvem em todo o mundo, as marchas na América Latina acontecem em um contexto de agitação social mais ampla na região.
Milhares de manifestantes reuniram-se na capital Santiago e em outros locais do Chile. A polícia afirmou que 1.700 oficiais estavam de prontidão para controlar a multidão ao redor do país. Muitos carregaram cartazes pedindo acesso a aborto e o fim da violência contra a mulher.
"Estou tão feliz com o que está acontecendo", afirmou uma manifestante, que pediu para ser identificada como Patricia V.
"O Chile precisa de mulheres para aumentar o poder delas na vida pública, pelo bem de todos os homens e mulheres. Precisamos de mais igualdade, não apenas social, mas também econômica e política."
As marchas no Chile podem acabar sendo gigantes, na esteira de protestos mais amplos contra a desigualdade social que começaram em outubro e, no auge, incluíram mais de um milhão de pessoas.
Nos últimos dias, senadores chilenos aprovaram uma lei que busca dar às mulheres a mesma voz na construção de uma nova constituição, enquanto o presidente reforçou a punição ao feminicídio, ou assassinato de mulheres por causa do seu gênero.
Na Colômbia, mulheres em Bogotá planejam comemorar a primeira mulher prefeita, e também se espera protestos contra a recente decisão da Justiça de manter limitações ao aborto.
O Dia das Mulheres na Argentina acontece com pouco mais de três meses do novo governo, que anunciou planos de criar um ministério para mulheres e apoiar uma nova tentativa de legalizar o aborto, após a anterior ser derrotada no Congresso.
(Por Daina Beth Solomon na Cidade do México, Natalia Ramos, Eliana Raszewski em Buenos Aires)