Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - O governo da Colômbia e os rebeldes esquerdistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram a um entendimento sobre reparações para as vítimas de guerra e podem estar próximos de um acordo sobre os termos do confinamento de ex-combatentes, que serão julgados em tribunais especiais assim que se firmar um acordo de paz definitivo.
Quaisquer pactos parciais ajudarão a colocar as conversas de paz de volta nos trilhos e rumo ao cumprimento do prazo de 23 de março para se obter um plano abrangente que encerre a guerra mais longa da América Latina, que desde 1964 matou 220 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados.
Representantes das duas partes declararam nesta segunda-feira que realizarão uma cerimônia de assinatura pelas vítimas na terça-feira, e os rebeldes disseram que irão divulgar detalhes há muito aguardados sobre como punir ex-guerrilheiros que abandonarem as armas.
"Estamos muitos satisfeitos com este acordo (sobre as vítimas), que sem dúvida é transcendental para o que estamos fazendo neste processo", declarou a porta-voz do governo, Marcela Durán, a repórteres em Havana, que há três anos sedia as tratativas de paz.
Marco León, representante das Farc, disse que os rebeldes darão detalhes públicos das conversas sobre os mecanismos de justiça, mas não ficou claro se os dois lados chegaram a um acordo final sobre os termos das punições.
"Com este passo importante, é quase certo que isto é irreversível", afirmou León sobre o processo de pacificação.