Por Oliver Griffin
BOGOTÁ (Reuters) - Os colombianos fizeram grandes manifestações por todo o país marcando o oitavo dia de protestos contra o governo com uma lista de demandas, nesta quarta-feira, quando a polícia de choque disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes em Bogotá.
Os protestos, originalmente convocados em oposição a um agora cancelado plano de reforma tributária, exigem que o governo adote medidas para combater a pobreza, a violência policial e as desigualdades nos sistemas de saúde e educação.
As manifestações e a oposição de parlamentares levaram à retirada da proposta de reforma tributária e à demissão do ministro das Finanças. Organizações internacionais alertam contra a violência policial, que até agora é ligada a pouco menos da metade de 24 mortes confirmadas, a maioria delas entre manifestantes.
O psicólogo de Bogotá Benjamin Paba Al-Faro, de 53 anos, disse que estava nas ruas protestando por uma educação melhor e para garantir o processo de paz com os ex-membros da hoje desmobilizada guerrilha Farc, entre outros motivos.
"Isso aqui não é sobre defender apenas uma lei", disse.
A pobreza crescente, que passou a atingir 42,5% da população em meio aos lockdowns contra o coronavírus, agravou as desigualdades históricas do país, e reverteu avanços recentes de desenvolvimento.
O número de colombianos vivendo em condições de extrema pobreza cresceu em 2,8 milhões de pessoas em 2020.
O presidente Iván Duque disse que o governo irá criar espaço para ouvir seus cidadãos e desenvolver propostas concretas, aberturas semelhantes às oferecidas a manifestantes após protestos em 2019. Muitos grupos - incluindo importantes sindicatos - dizem que Duque fracassou em cumprir o que disse.